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Homossexuais italianos agradecem ao arcebispo luterano
Do Diário do Grande ABC
06/05/1999 | 18:45
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Imma Battaglia, presidenta da associaçao italiana de homossexuais ``Mário Mieli', agradeceu nesta quinta-feira ao monsenhor Karl Gustav Hammar, chefe da igreja luterana sueca de Uppsala, suas declaraçoes à favor dos homossexuais.

O Papa Joao Paulo II recebeu nesta quinta-feira o monsenhor Hammar, com quem tinha agendado uma primeira reuniao em outubro do ano passado que teve que ser adiada devido às posiçoes do arcebispo sueco em relaçao aos homossexuais.

O Vaticano nao deu nenhuma informaçao sobre a reuniao, de caráter privado, apesar da visita de Hammar acontecer no início do diálogo oficial entre católicos e luteranos e ser uma iniciativa do Conselho Pontifício para a Promoçao da Unidade entre Cristaos.

Por seu lado, Hammar afirmou que durante a reuniao com o Papa, entregou-lhe um documento de 10 páginas assinado pelo sínodo luterano.

As diferenças em relaçao à eucaristia sao as mais difíceis de serem superadas, inclusive alguns pontos relativos à moral, como a contracepçao e o divórcio, continuam sendo mais importantes, ressaltou.

O arcebispo luterano, de 55 anos, casado e pai de cinco filhos, preside o Conselho Cristao da Suécia, principal órgao ecumênico das igrejas cristas de seu país, incluindo a Católica, e tem defendido sempre os casais homossexuais, inclusive dentro do clero, acreditando que é dever da Igreja acolher a comunidade homossexual.

Em outubro passado, declarou numa entrevista que a ``homossexualidade é uma questao importante para a Igreja'.

Também permitiu que fosse realizado na catedral de Uppsala uma exposiçao de fotos entitulada ``Ecce homo', na qual, entre outras, estava exposta uma ``Ultima Ceia' com um Cristo calçado com sapatos de salto alto, rodeado por doze apóstolos travestidos.

``Proibir a exposiçao significaria enviar uma mensagem aos homossexuais informando-lhes que estao excluídos da Igreja', explicou.

Na raiz da polêmica desencadeada na Suécia por essa exposiçao, o Vaticano decidiu adiar o encontro previsto entre o Papa e o arcebispo.

As fotografias deverao ser expostas em Roma no ano que vem durante uma reuniao de homossexuais por iniciativa da associaçao ``Mário Mieli', informou Imma Battaglia, apesar de ter ressaltado que até agora nao encontrou uma sala de exposiçoes para a mesma.




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