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Escola da PM funciona dentro de Emeif
Evandro De Marco
Do Diário do Grande ABC
13/03/2011 | 07:53
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Criada há pouco menos de um ano, a Escola de Formação de Soldados do ABC, tem contribuído para a formação de policiais militares mais qualificados para atuar nas sete cidades e na Região Metropolitana de São Paulo.

Nesse período, 540 recrutas foram treinados - 280 deles se formam na próxima sexta-feira. Eles recebem especialização em curso avançado de 14 meses de duração, com quatorze disciplinas, como Língua Portuguesa e Direito.

O ‘quartel general' funciona em área da Emeief (Escola Municipal de Educação Infantil e Ensino Fundamental) Odylo Costa Filho, na Vila Guiomar, em Santo André.

"Os alunos passam oito meses tendo treinamento básico na Escola Superior de Soldados, em Pirituba (Capital). Aqui, fazemos a ponte entre a teoria que aprenderam com a prática que encontrarão na rua", disse o coordenador da Escola de Soldados do ABC, tenente Everaldo Zuliani.

Os trabalhos são monitorados pela Diretoria de Ensino e Cultura do Estado de São Paulo e têm respaldo da Prefeitura de Santo André que, além de ceder o espaço, oferece transporte para treinamentos e estágios feitos fora da escola.

"Temos ótima parceria e isso é que possibilita essa melhor preparação para os nossos policiais", salientou o coronel José Luiz Martins Navarro, comandante da Polícia Militar no Grande ABC.

Na escola, o que mais chama a atenção é a cidade cenográfica que retrata o ambiente dos becos em favelas e até em um boteco. Neste local, os recrutas treinam a forma certa de abordagem e revista de suspeitos dentro de bar.

Em outro módulo batizado de Centro de Treinamento de Preservação da Vida, os novos soldados se deparam com manequins em situações que imitam a invasão de lugares com pessoas feitas de refém. Baseado no método criado pelo coronel da reserva Nilson Giraldi, o objetivo não é matar o criminoso, mas treinar os procedimentos adotados pelo policial durante a ação para negociar a libertação das vítimas e rendição do bandido.

"Se o alvo estiver apontando uma arma, o policial poderá atirar. Se a arma estiver para baixo ou ele com um refém, deverá apenas conversar com o indivíduo para que ele se renda", explicou Zuliani.

Nas tardes de sexta-feira e sábado, os soldados fazem estágio monitorado pelas ruas e em eventos. "Para mim é um sonho, um ideal. Acho que vou sair daqui preparado para lidar com os crimes", disse confiante o soldado Leonardo da Silva, 27.

O preparo prático já rendeu frutos aos recrutas que, durante os estágios, prenderam pelo menos cinco pessoas em ocorrências de roubo, furto e um foragido da Justiça.

A preparação é completada por treinamento intensivo de mais de 12 horas no fim do curso em que os recrutas são submetidos a uma série de situações baseadas no seu cotidiano. "É a chance que eles têm de errar", finalizou Zuliani.

Capacidade pode ser ampliada com ajuda da Prefeitura 

Quando começou a funcionar, no início do ano passado, a Escola de Formação de Soldados do ABC tinha capacidade para atender até 140 recrutas a cada quatro meses. Duas turmas se formaram em 2010 e mais da metade dos alunos foi aproveitada na região.

Com a liberação de mais salas de aula, o número de recrutas aumentou para 260 em 2011 e a expectativa é de chegar a aproximadamente 400 ainda no segundo semestre deste ano.

Segundo o coronel José Luiz Martins Navarro, a Prefeitura de Santo André iniciou estudos para construção de mais salas de aula para aumentar a capacidade da Escola de Soldados. "Técnicos da administração já começaram estudos no terreno", afirmou.

O coordenador da escola, tenente Everaldo Zuliani, acredita que a obra comece ainda este mês, mas ainda aguarda a confirmação da Prefeitura para começar a comemorar. "Está tudo encaminhado e acho que vai dar certo."

A meta da Polícia Militar do Estado de São Paulo é formar 6.000 policiais até 2014, quando acontece a Copa do Mundo. Por isso, a corporação tem apostado na descentralização na formação dos novos soldados. A Escola de Soldados do ABC tem rendido frutos e já começa a ser copiada. "O nosso Comando Geral já pediu documentos sobre o treinamento especial de fim de curso", revelou Zuliani.

A Prefeitura de Santo André foi procurada, mas não se manifestou sobre a possível ampliação das instalações da Escola de Soldados do ABC.




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