Economia Titulo Para driblar a crise
Volks pode colocar novo grupo de trabalhadores em lay-off em novembro

Número de empregados, no entanto, não foi detalhado pela montadora

Leone Farias
Do Diário do Grande ABC
15/10/2014 | 07:29
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Atualmente com 780 trabalhadores em lay-off, ou seja, com contratos de trabalho suspensos temporariamente até novembro na fábrica Anchieta, a Volkswagen não descarta colocar novo grupo de empregados em casa, com o retorno desse pessoal à atividade, a partir do mês que vem, embora a companhia não passe detalhes a respeito. Há boas chances de que isso ocorra, já que, segundo o presidente da Volkswagen do Brasil, Thomas Schmall, ou o mercado reage ou, então, é preciso administrar os custos.

E como Schmall não demonstra otimismo em relação à melhora das vendas do setor em 2014, as negociações com o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC podem caminhar nessa direção. No fim de setembro, a entidade havia anunciado que haverá novo grupo em lay-off na Anchieta. Possibilidade confirmada ontem pela montadora.

Na avaliação do executivo, a indústria automobilística nacional terá queda de 8% a 10% neste ano em relação a 2013. É mais do que a projeção traçada pela Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores), que estima alta de 5,4% na comercialização.

O presidente da Volkswagen do Brasil acredita que só deve haver melhora nas vendas do setor em 2016, já que 2015, na sua avaliação, ficará no mesmo nível deste ano. Isso é um problema, já que o setor atualmente está com 25% de capacidade ociosa.

Para atenuar as dificuldades do mercado, Schmall acha que seria importante um programa de renovação da frota, que incentivaria a retirada de veículos usados de circulação e, além disso, defende a flexibilidade do sistema de lay-off, de afastamento de funcionários temporariamente. “Cinco meses é muito pouco, precisaríamos de uma flexibilidade maior, de até dois anos, como é na Alemanha”, disse.

Além do mercado doméstico fraco, outro problema, segundo Schmall, se refere às exportações do setor, que caíram 38% neste ano, principalmente por causa da crise argentina. Todo o segmento automobilístico direciona 50% do que vende ao Exterior para o país vizinho. No caso da Volkswagen, esse número é um pouco menor, 35%.

Apesar disso, o executivo considera que agora a montadora tem carros com tecnologia mundial, como o Up! e o Golf, com competitividade para entrar em outros mercados no Exterior. “O problema é a competitividade em custos (do País)”, diz.

JETTA - Schmall anunciou em São Paulo ontem seis modelos que serão apresentados no Salão do Automóvel – que ocorre no Pavilhão Anhembi (São Paulo) entre os dias 30 de outubro e 9 de novembro –, entre os quais a Amarok Dark Label e o Novo Jetta. Esse último carro será produzido, em sistema MKD (com a importação e montagem do veículo semidesmontado), na unidade Anchieta.

Paralelamente, a empresa continuará a trazer o modelo do México, mas a ideia é gradualmente ampliar a nacionalização das peças do Jetta no País. Segundo Schmall, ao trazer componentes semidesmontados fica mais fácil iniciar as vendas do modelo nacional já em 2015. 




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