Política Titulo Denúncia
Tião é citado em diálogo
de Frank com acusado

Gravação revela que presidente da Câmara de
S.Bernardo almoçou com Jabá; petista nega elo

Raphael Rocha
Do Diário do Grande ABC
10/10/2014 | 07:45
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Andréa Iseki/DGABC


O presidente da Câmara de São Bernardo, Tião Mateus (PT), aparece em escutas telefônicas realizadas pela Polícia Civil no inquérito que apura suposta relação do vice-prefeito Frank Aguiar (PMDB) com Jailson Lopes de Souza, o Jabá, acusado de chefiar quadrilha internacional de tráfico de drogas. O petista nega qualquer tipo de relação.

Tião é citado em telefonema realizado por Jabá a Frank no dia 10 de março. Jabá diz ao peemedebista que está almoçando no Gaia, tradicional restaurante localizado na rota do Frango com Polenta de São Bernardo, e revela que Tião está à mesa.

“Fala com um amigo nosso aqui, o Tião”, afirmou Jabá a Frank, em seguida passando o celular para o presidente do Legislativo. A gravação tem início às 15h08 e, segundo inquérito ao qual o Diário teve acesso, é de rápida duração.

Tião classifica Jabá como “amigo” ao vice-prefeito do governo Luiz Marinho (PT). Após troca de gentilezas, Frank volta a conversar com Jabá. Antes, pergunta se o telefonema está no viva-voz. Após ouvir a negativa, emenda: “Oi, Jailson. Oh, faz a política porque ele (Tião) é líder do PT aqui. É um cara muito bacana. Ele me defende muito. Faça a média que ele é potência aqui”.

Por nota, Tião refutou relações com Jabá. “O mandato do vereador Tião Mateus informa desconhecer a existência de qualquer investigação ou mesmo escutas telefônicas legalmente autorizadas, envolvendo seu nome. Tião Mateus informa ainda que, no exercício do seu mandato como vereador, atendeu e atende inúmeras pessoas, pessoalmente ou por telefone. Por fim, o vereador rechaça veementemente qualquer ligação com atividades ilícitas.”

Tião preside a Câmara de São Bernardo pela primeira vez. Vereador mais votado em 2012, contou com articulação direta de Marinho para vencer pleito interno.

A Polícia Civil investiga se Frank fez negócios particulares com Jabá para lavar dinheiro do tráfico de drogas. Policiais suspeitam que o suposto traficante aproveitava o prestígio político do peemedebista para criar empresas fantasmas com objetivo de legalizar lucros de organização criminosa e de venda de gasolina adulterada.

Frank nega as acusações, embora admita que conhece Jabá. Nesta semana, prestou depoimento à PF (Polícia Federal) garantindo sua inocência. Ele credita sua derrota na tentativa de recuperar cadeira de deputado federal “a jogo sujo da política e crime eleitoral gravíssimo.”
 




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