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Sapo-cururu canta, incha e joga veneno
Do Diário do Grande ABC
22/05/2011 | 07:00
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Edmilson Magalhães/DGABC


Quando você come algo muito gostoso costuma fechar os olhos para apreciar melhor o alimento? O sapo-cururu faz o mesmo; só que é por necessidade. Fecha os grandes olhos comprimindo-os contra a cavidade da boca a fim de empurrar a comida para o estômago. Os sapos são úteis ao homem. Carnívoros e com grande apetite, comem vermes, lagartos e insetos que podem fazer mal à saúde.

O cururu é um dos sapos mais robustos e conhecidos no Brasil. O macho mede, em média, 13 cm; a fêmea é maior, com 15 cm. E quando se sente ameaçado, infla o corpo de ar para parecer maior do que realmente é. Ainda consegue liberar veneno para escapar do inimigo (confira ao lado).

Também conhecido como sapo-boi, o cururu tem pele rugosa com coloração escura para ajudá-lo a se confundir com o ambiente. A fêmea é marrom; o macho, amarelo-pardo ou esverdeado. Tem hábitos noturnos e caça os alimentos com sua língua. Eles também costumam sair à noite à procura de suas parceiras.

O sapo-cururu, cujo nome científico é Rhinella schneideri, habita florestas tropicais. Além do Brasil, na América do Sul é encontrado na Bolívia, Paraguai, Argentina e Uruguai. Vive ainda nos Estados Unidos, México e alguns países da América Central.

 

O que são anfíbios?

Os sapos fazem parte do grupo dos anfíbios, que inclui também as pererecas, as rãs, as cecílias (conhecidas como cobras-cegas) e as salamandras (tipo de lagarto). A maioria pode viver ou passar parte da vida tanto na água-doce como na terra.

A principal característica desses animais é a pele úmida e permeável. Acredita-se que foram os primeiros vertebrados a viver na Terra. No entanto, precisam viver em locais muito úmidos, pois não apresentam qualquer proteção contra a dessecação.

A característica mais diferente dos anfíbios é a capacidade de respirar pela pele. Por essa razão, são ótimos para indicar as condições do ambiente, pois qualquer nível de poluição do ar ou da água os afeta. Por isso, quando o meio em que vivem está sendo maltratado, eles são os primeiros a dar o alarme.

 

Não confunda os bichos

Engana-se quem pensa que sapo, rã e perereca são os mesmos bichos. Pertencem à mesma ordem de anfíbios, chamada anura, mas têm hábitos e características diferentes.

Os sapos costumam viver em terra firme e só procuram ambientes aquáticos para se reproduzir. Gostam de ficar sentados e dão pequenos pulos desajeitados por causa das pernas curtas. A pele é rugosa e mais seca do que a dos demais. Possuem duas glândulas de veneno atrás dos olhos.

As rãs vivem em ambientes úmidos e aquáticos. A pele é muito lisa e brilhante. As patas traseiras têm membranas que ligam os dedos, facilitando a natação. As pernas são bem longas.

As pererecas são encontradas entre a vegetação. Têm os olhos esbugalhados e a ponta dos dedos com um tipo de ventosa (parece uma bolinha), que lhe permite subir em árvores e paredes. As pernas são finas e longas, por isso dão grandes saltos.

 

Saiba mais

- O sapo-cururu macho, em geral, canta à noite nos rios e lagos para atrair as fêmeas para namorar. Acredita-se que, por causa disso, foi criada a cantiga popular que muitas mães cantam para os filhos na infância. Você conhece a letra? "O sapo-cururu na beira do rio/ quando o sapo grita, ó maninha, diz que está com frio/ A mulher do sapo, é quem está lá dentro/ fazendo rendinha, ó maninha, pro seu casamento".

- O sapo-cururu tem duas glândulas de veneno na parte de trás dos olhos. A substância só é eliminada ao ser pressionada. Quando ele se sente ameaçado, inclina-se como se oferecesse as glândulas para que o inimigo as morda. Ao fazer isso, o bicho sente gosto ruim e solta o sapo.

- A fêmea deposita os ovos, na forma de cordões gelatinosos, em locais de água parada, para que o macho os fertilize. Nascem os girinos (parecem minhoquinhas com cabeça grande), que passam por um longo processo de desenvolvimento até adquirir o aspecto de sapo.

* Assista ao vídeo sobre o sapo-cururu. 

A coluna Bicho de Mês recebe a colaboração do aprimorando Thiago Toshio, do Zoológico de São Paulo




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