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'O Zoo Safári nada tem a ver com isso'
Elaine Granconato
Do Diário do Grande ABC
19/11/2009 | 07:55
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O diretor-presidente da Fundação Parque Zoológico de São Paulo, Paulo Magalhães Bressan, eximiu ontem o Zoo Safári de qualquer responsabilidade sobre o imbróglio contratual entre a Prefeitura de Diadema e a Transkomby, empresa privada locadora de veículos para os dois órgãos públicos.

A entrevista foi concedida na sede da Fundação ontem, após o Diário ter denunciado com exclusividade na edição de terça-feira o uso irregular de veículos da Transkomby, locados pela Prefeitura, e cumprindo dupla jornada no Zoo Safári nos fins de semana, feriados e dias úteis.

"São contratos totalmente distintos", justificou Bressan, que também é médico veterinário. E acrescentou: "Eu tenho de fiscalizar o meu. Nossa principal preocupação é receber bem os 1,6 milhão de visitantes que circulam pelo Zoológico e Zoo Safári anualmente."

Questionado sobre a situação flagrada pelo Diário, Bressan preferiu não comentar a relação contratual entre a Prefeitura de Diadema e a Transkomby. Mas deixou claro que, a partir da reportagem, tomou medidas em relação à empresa locadora de veículos. "Independente de o problema apontado não nos atingir, a Transkomby foi formalmente notificada a esclarecer, por escrito e o mais rápido possível, as informações publicadas no jornal", explicou.

Outra medida foi convocar um dos sócios da empresa para esclarecimentos na sede da Fundação, fato ocorrido anteontem pela manhã.

 

PERMISSIONÁRIA - O contrato do Zoo Safári com a Transkomby é totalmente diferente do celebrado com a Prefeitura, que loca veículos para prestação de serviços no transporte de alunos de Educação Especial e de pacientes da Saúde, além de fornecer o combustível para a frota terceirizada.

No Zoo Safári, administrado pela Fundação e vinculado à Secretaria de Estado do Meio Ambiente, a Transkomby tem contrato de permissão de uso do local.

"A empresa recebe pelo número de visitantes que transporta nas vans. A Transkomby que paga para o zoológico e não o contrário", explicou Bressan.

Para percorrer os cerca de quatro quilômetros no Zoo Safári, o visitante tem duas maneiras: carro próprio ou alugando uma van, serviço oferecido pela Transkomby. Pelo contrato, a permissionária recebe 50% sobre o valor do ingresso. (R$ 16, adulto, e R$ 12, criança).

 Prefeitura de Diadema opta por manter o silêncio

Ao contrário da Fundação, a Prefeitura, até o momento, não explicou como fiscaliza o uso do combustível por conta da frota terceirizada nem tão pouco quem faz a fiscalização dos veículos da empresa, que nos fins de semana, teriam de ficar estacionados nas garagens municipais. Ontem, a Prefeitura não autorizou entrevista com o responsável pela Divisão de Frota e Oficinas. Representantes da Transkomby negam a irregularidade.

O contrato entre o Zoo Safári e a Transkomby vence em dezembro, segundo o diretor-presidente da Fundação Parque Zoológico, Paulo Magalhães Bressan. Porém, pode ser renovado por mais um ano, caso as partes tenham interesse. Pelo edital, a prorrogação contratual é de, no máximo, cinco anos.

A Transkomby foi escolhida por meio de licitação (concorrência pública), aberta em 27 de outubro de 2008. Para atender a um dos requisitos fundamentais do edital, o contrato prevê que a Transkomby tem de pagar ao Zoológico, no mínimo, R$ 240 mil por ano. De terça a sexta-feira, a empresa tem de oferecer seis vans nas cores branco ou prata, número que sobe para 12 aos sábados, domingos e feriados.




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