Política Titulo Sem microfone
Dilma evita falar na despedida de S.Paulo

Presidente faz carreata com Lula na Capital, mas sai calada; à tarde, em coletiva, não responde

Fábio Martins
Do Diário do Grande ABC
04/10/2014 | 07:45
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Orlando Filho/DGABC


Candidata à reeleição, a presidente Dilma Rousseff (PT) evitou discursar na despedida de São Paulo, feita ontem, após ofensiva de 15 dias em território paulista. A petista fez carreata no Centro da Capital com o ex-presidente Lula, seu padrinho político, e os postulantes do partido ao governo do Estado, Alexandre Padilha, e ao Senado, Eduardo Suplicy. Ela saiu calada da atividade promovida na Rua Barão de Itapetininga. À tarde, convocou coletiva de imprensa, em hotel perto da Avenida Paulista, mas não respondeu questionamentos dos jornalistas.

O ato iniciado no horário do almoço em frente ao Theatro Municipal, na Praça Ramos de Azevedo, precedeu caminhada em São José dos Campos, no Interior. A carreata na região central reuniu cerca de 1.200 pessoas, seguindo até a Avenida Ipiranga. No decorrer da atividade, Dilma e correligionários, sem microfone, apenas cumprimentaram populares e comerciantes. Segundo a Lei Eleitoral, quinta-feira foi o último dia para propaganda política mediante reuniões públicas ou promoção de comícios e utilização de aparelhagem de sonorização fixa.

No local, os petistas tiveram em sua maioria forte apoio durante o trajeto, impulsionado principalmente pela militância da legenda. Entretanto, não faltaram também manifestações contrárias. Grupo de pessoas, por exemplo, se debruçou nas janelas de um prédio e balançou notas de dinheiro em direção ao carro, proferindo palavras ligadas à corrupção. Outras xingavam as lideranças petistas, que não demonstraram incômodo com a postura adotada por minoria na rua.

Devido à limitação de som, a campanha presidencial marcou a entrevista para quatro horas depois do evento eleitoral. O espaço era no salão do hotel onde Dilma estava hospedada. Ao começar a coletiva, a petista pediu “um minuto a qual tem direito” antes das perguntas dos repórteres. Ela promoveu somente autoentrevista.

A presidente se pronunciou por aproximadamente dez minutos sobre realizações do governo na área da Saúde e fez promessas para o setor em eventual segundo mandato. Quando encerrou a fala, a candidata terminou a ‘entrevista’, alegando orientação médica. “Estou com laringite. Excesso de uso (da voz). Não vou forçar, fazendo reserva para sábado (véspera) e domingo (data da eleição). Farei tratamento homeopático”, disse, se retirando do local. “Vocês (jornalistas) estão vendo que hoje eu não estou podendo (falar).”

RECUPERAÇÃO
Tesoureiro na campanha de Dilma em 2010, o secretário de Saúde da Capital, José de Filippi Júnior (PT), frisou que a estadia da empreitada petista em São Paulo “cumpriu a meta”. O integrante da equipe do prefeito Fernando Haddad, inclusive, solicitou afastamento do Paço paulistano para auxiliar na corrida. “Recuperamos terreno que era desfavorável. Dever foi cumprido.”

Na pesquisa Ibope, a presidente, com 40%, ampliou para 16 pontos a vantagem sobre Marina Silva (PSB), no primeiro turno. Na esfera estadual, a pupila de Lula empatou com a ex-senadora, com 29%.
 




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