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Região vai debater setor químico

Seminário terá como tema falta de competitividade da indústria nacional

Leone Farias
30/04/2013 | 07:00
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Será realizado na quinta-feira em Santo André seminário promovido pela Frente Parlamentar em Defesa da Competitividade da Cadeia Produtiva do Setor Químico, Petroquímico e Plástico. O evento, que vai ocorrer das 8h30 às 13h30 no Consórcio Intermunicipal do Grande ABC, tem como objetivo mostrar a importância dessa indústria para o País, em especial para o Grande ABC, e discutir os problemas de competitividade que essa cadeia produtiva enfrenta atualmente, segundo o presidente da frente, o deputado federal Vanderlei Siraque.

A atividade, que representa 10% do PIB industrial do País, gera, só nos sete municípios, cerca de 40 mil empregos. Além disso, o Polo Petroquímico do Grande ABC - com empresas como a Braskem e a Solvay - responde por 60% do repasse de ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) para a Prefeitura de Mauá e por 30%, no caso de Santo André. No entanto, o segmento tem dificuldades em concorrer com produtos do Exterior. No período de 12 meses até março, as importações de itens químicos superaram as exportações desses produtos em quase US$ 30 bilhões, maior marca da história do País. Um dos fatores para isso é o custo da matéria-prima. Nos Estados Unidos, em vez de usar a nafta (um derivado do petróleo), como no Brasil, as indústrias petroquímicas passaram a explorar o gás do xisto - de três a quatro vezes mais barato - para a produção de resinas plásticas (utilizadas na fabricação de utensílios e embalagens, por exemplo).

Esse é apenas um dos problemas relacionados à competitividade, segundo representantes do setor. O presidente do Sinproquim-SP (Sindicato das Indústrias de Produtos Químicos e Petroquímicos no Estado de São Paulo), Nelson Pereira dos Reis, cita outros entraves como o câmbio subvalorizado e a taxa de juros, ainda elevada para padrões internacionais. Os desafios passam também pelo acesso a crédito. Segundo Siraque, faz parte do trabalho da Frente Parlamentar diálogos com o BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social) para financiar capital de giro para pequenas empresas; e com entidades, como o Ministério da Ciência e Tecnologia, para o apoio à inovação nessa cadeia produtiva.

OPÇÃO - Siraque afirma ainda que o Brasil caminha para se tornar um grande produtor mundial de petróleo, com as descobertas do pré-sal e reservas na região amazônica, mas precisa decidir se será apenas exportador de commodities (produtos básicos, como o petróleo, com cotação internacional) ou se quer fazer parte do time dos países desenvolvidos, com o fortalecimento das fabricantes nacionais de maior valor agregado (como os itens químicos e plásticos), para gerar mais emprego e renda.

Vão participar do seminário prefeitos da região; executivos, como o presidente da Eleikeiroz, Marcos de Marchi, e o superintendente da Oxiteno, João Benjamin Parolin; e representantes do governo e de sindicatos patronais e de trabalhadores.

 

 




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