Lavar o carro tem se tornado uma questão delicada, principalmente devido à crise de escassez de água em São Paulo. Com a falta de chuva, as reservas do Sistema Cantareira vêm caindo dia após dia. Neste cenário, economizar água é essencial. Vale ressaltar que quando se lava o carro com mangueira, o gasto ronda os 580 litros de água, segundo a Sabesp. Contudo, é cada vez mais necessário bolar alternativas para evitar o desperdício e tornar as lavagens menos prejudiciais ao meio ambiente.

De olho nisso, várias empresas passaram a oferecer soluções para uma lavagem sustentável. Uma delas é a DryUp. No Brasil desde 2006, a franquia afirma economizar quase 30 milhões de litros de água por ano com o procedimento – que tem preço médio de R$ 50. No total, são 23 lojas espalhadas por todo o País.

Mas se você não abre mão de lavar o carro em casa no sabadão, outra saída para deixá-lo limpo sem gastar água é a lavagem a seco. Vários países já têm esse hábito, mas, no Brasil, a prática ainda está engatinhando.

Por aqui, uma das pioneiras na venda desses produtos é a Rodabrill, que oferece (por R$ 15) o Kit Lava a Seco, que rende até nove lavagens. À base de cera de carnaúba e silicone puro, o produto permite a limpeza de todo o veículo (vidros, lanternas, partes plásticas e emborrachadas, além da pintura), substituindo a lavagem convencional. Basta ter um pano de microfibra em mãos.

“Em tempos de escassez de água, é complicado manter o costume de lavar o carro semanalmente. Quando possível, deixo o automóvel na chuva e depois passo a flanela úmida. Quando não chove, procuro algum posto de gasolina com captação de água da chuva (o que é difícil encontrar), ou uso produtos de lavagem a seco”, diz a jornalista Renata Luvizotto, que não abre mão de ter seu veículo sempre impecável.

Em relação à pró e contra, o diretor do Sindirepa-SP (Sindicato da Indústria de Reparação de Veículos e Assessórios do Estado de São Paulo), Pedro Luiz Scopino, adverte que, “na lavagem convencional, é necessário sempre usar detergente neutro. Já o método a seco pode riscar a pintura do carro, por isso, é recomendável usar produtos renomados e, sempre que possível, deixar a limpeza para profissionais.”

Contudo, outros cuidados devem ser tomados durante a lavagem. “A recomendação é nunca lavar o motor do carro. Na verdade, essa prática é tipicamente brasileira, na Europa ou nos Estados Unidos, não se tem esse hábito”, explica.

AUTOLIMPANTE
Para tentar reverter esse quadro, a Nissan está desenvolvendo o carro autolimpante. É isso aí, sua tinta tem tecnologia capaz de repelir lama, chuva e a sujeira diária acumulada na lataria, tornando a lavagem desnecessária. Divulgada pela marca japonesa em abril, a tecnologia tem o nome de Ultra-Ever Dry. Ao aplicar uma camada protetora de ar entre a pintura e o ambiente, a tecnologia efetivamente impede a água e a sujeira de criarem marcas na superfície do veículo.

Mas a tecnologia autolimpante ainda está em testes na Europa... Deve demorar a chegar por aqui.