As ruas de Santo André foram tomadas ontem por 2.000 pessoas. Motivo: a 12ª edição da Meia Maratona do Shopping ABC, que atingiu o limite de participantes. A prova foi marcada por disputa até o último passo pelos primeiros lugares. O destaque ficou para a acirrada concorrência nos 21 quilômetros masculino. Apenas 11 segundos separaram Ivanildo Dias Souza, primeiro colocado (1h09min02s), de Fábio Nascimento, segundo (1h09min13s).

"Corro 23 quilômetros todas as noites e não esperava prova tão dura. O esforço foi recompensado hoje (ontem) com boa disputa", analisou Ivanildo, que havia vencido as duas últimas edições competindo nos dez quilômetros.

Sem tantas dificuldades, quem garantiu o lugar mais alto no pódio do feminino foi Beatriz Nascimento. Com o tempo de 1h21min 55s, a campeã chegou quase quatro minutos à frente da vice-líder, Maria Bernardete Cabral. "Meu objetivo de estar entre as cinco melhores foi atingido. Acabei sendo minha própria adversária e me superando", comemorou Beatriz.

Nos dez quilômetros masculino, Carlos Moreira dos Santos cravou o tempo de 32min01s, apenas três segundos à frente de Marcilio Ferreira da Silva. Já no feminino, Erica de Cássia Reis Santos ficou com o primeiro lugar, seguida de Maria Silvania da Silva.

Os primeiros a cruzar a linha de chegada nos cinco quilômetros foram os irmãos Jordan, 15 anos, e Jonathan, 19, primeiro e segundo colocados, respectivamente.

Deficiente visual supera limites no dia do aniversário

Superar limites já faz parte da vida de Emerson Germano de Oliveira. Como recompensa, ontem pela manhã, na Meia Maratona do Shopping ABC, o atleta que perdeu a visão aos 18 anos cruzou, eufórico, a linha de chegada - após cinco quilômetros - no tempo de 25 minutos cravados. "Foi na corrida que acabei me encontrando. Consegui minha integração total com a sociedade. Esporte hoje para mim é tudo", afirmou Emerson.

A euforia do atleta de 41 anos tinha outro sentido. Ele fez a melhor marca em pleno dia de aniversário. De presente, só pretende correr mais. "Quando corro é um sentimento de liberdade. Mesmo sendo portador de deficiência visual, estou correndo igual a todos", disse Emerson. "Agradeço todos os dias aos meus guias, que são meus olhos na corrida", concluiu o atleta, referindo-se ao bancário Edson Inamoto, guia na corrida.