Setores do primeiro escalão do prefeito de Diadema, Lauro Michels (PV), costuram a candidatura a deputado estadual do atual secretário municipal de Educação, Marcos Michels (PV).

Primo do chefe do Executivo, Marcos é vereador eleito e se licenciou do cargo para assumir a função no secretariado de Lauro.

A ala entende que a candidatura de Marcos manteria a força eleitoral do grupo político, que se iniciou com Lauro como vereador, em 2005. Além disso, o projeto auxiliaria a expandir o bloco de aliados do atual chefe do Executivo, não tendo Lauro como figura eleitoral isolada no município.

Ventila-se na Prefeitura que partidos estão sendo sondados na cidade para acolher a candidatura de Marcos. Eleito pelo PV, ele não teria espaço no partido para concorrer a uma cadeira na Assembleia Legislativa porque a legenda vai trabalhar pela reeleição da deputada estadual Regina Gonçalves (PV).

A MD (Mobilização Democrática) pode ser um caminho por garantir a transferência de Marcos sem o enquadramento na fidelidade partidária. O partido tenta se fortalecer na cidade e sondou os vereadores Reinaldo Meira (PR), Luiz Paulo Salgado (PR), José Zito da Silva, o Zezito (PR), e Ricardo Yoshio (PDT).

A proposta de candidatura do secretário de Educação foi levada a Lauro há duas semanas. O prefeito confidenciou a interlocutores que não está disposto a aceitar o projeto, principalmente para não abrir uma crise com Regina e com o deputado estadual Orlando Morando (PSDB-São Bernardo), seus aliados na Assembleia.

No início do ano, Lauro afirmou que vai apoiar e trabalhar pela reeleição de Regina. Em 2010, ainda vereador e no PSDB, pediu votos para Morando, deflagrando conflito com o ex-prefeito José Augusto da Silva Ramos (PSDB), então deputado estadual. O ruído só foi consertado no segundo turno da eleição municipal, quando José Augusto - vereador eleito - optou por fortalecer a candidatura de Lauro contra a de reeleição de Mário Reali (PT).