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FMI: reservas cambiais superam US$ 10 tri
01/10/2011 | 08:00
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As reservas internacionais de todos os bancos centrais do mundo ultrapassaram no final de junho deste ano o patamar de US$ 10 trilhões pela primeira vez na história, informou ontem o Fundo Monetário Internacional (FMI). O dólar manteve a sua posição de moeda de reserva mundial, mas os bancos centrais de países emergentes vêm reduzindo gradualmente suas aplicações em ativos denominados na moeda americana e no euro em razão dos problemas fiscais da maior economia global e da crise da dívida da zona do euro.

De acordo com o relatório trimestral Composição de Moedas das Reservas Cambiais Oficiais (Cofer) do FMI, as reservas dos países emergentes somaram US$ 6,84 trilhões ao final do segundo trimestre, enquanto a dos países ricos atingiram US$ 3,23 trilhões. A China é o país com o maior volume de reservas: US$ 3,2 trilhões. Em segundo lugar vem o Japão, com reservas de US$ 1,1 trilhão. O Brasil detinha reservas de US$ 349,98 bilhões no dia 29 deste mês.

"O dólar não deve perder o título de moeda de reserva mundial no curto ou médio prazos, mas a diversificação de meio ponto ou um ponto porcentual a cada seis meses na alocação das reservas de bancos centrais de países emergentes é muito significativo em termos do fluxo diário do mercado de câmbio, o que causa um impacto forte nas cotações", disse à Agência Estado o estrategista de câmbio da corretora Nomura Securities em Nova York, Anish Abuwala. "A busca pelo iene japonês, especialmente pelos BCs da Ásia, se deve ao ambiente de baixa inflação e economia estável do Japão, o que favorece a função de manutenção de valor de uma moeda".

Os BCs de países emergentes alocaram 58,14% das suas reservas no primeiro trimestre de 2010 em ativos denominados em dólar e 29,4% no euro, enquanto apenas 1,87% do valor total estava aplicado no iene japonês e 0,05% no franco suíço. Já no segundo trimestre deste ano, a participação do dólar no valor total das reservas de BCs emergentes caiu para 56,6% e a do euro caiu para 28,6%. Por outro lado, o iene quase que dobrou a sua participação, com uma fatia de 3,18% das reservas dos países emergentes e o franco suíço passou para 0,09%.

Ao se levar em conta as reservas totais de US$ 10,08 trilhões, a participação do dólar é de 60,2%, enquanto a do euro é de 26,7%. As reservas totais também cresceram num ritmo menor no segundo trimestre, pois eram de US$ 9,7 trilhões ao final de março deste ano e de US$ 9,25 trilhões ao final de dezembro de 2010.

Abuwala ressalta que desde junho, portanto após o último dado disponível pelo FMI, a compra de euros pelos bancos centrais de países emergentes para compor suas reservas caiu bastante e o acumulo de reservas totais reduziu-se drasticamente neste mês, uma vez que os países emergentes têm sofrido com saída de capital estrangeiro, o que já tem colocado pressão de desvalorização de suas moedas. Esses BCs emergentes têm comprado em quantidade significativa de moedas como o dólar canadense e o dólar australiano.




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