Os analistas do mercado financeiro e de empresas de previsões econômicas abaixaram pela quarta vez a projeção de crescimento da atividade econômica brasileira neste ano.

Conforme o Boletim Focus, do BC (Banco Central), publicado ontem, o PIB (Produto Interno Bruto) terá alta de 1,03% neste ano.

Na semana passada, a avaliação era que a expansão atingiria 1,27%, quando as opiniões já tinham influência do resultado do PIB do terceiro trimestre, que veio abaixo das expectativas com alta de 0,6%.

Há quatro semanas, as previsões das cerca de 100 empresas que contribuem para o Focus direcionavam para acréscimo de 1,54% no PIB de 2012.

Economista da agência classificadora de risco de crédito Austin Rating, Felipe Queiroz disse que o resultado da produção industrial publicado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) teve grande influência nas projeções apresentadas no PIB. "Para nós, a expansão será de 0,9%."

O IBGE informa que a produção industrial subiu 0,9% em outubro contra setembro, mas acumula queda de 2,9% no ano e 2,7% em 12 meses. Porém, frente ao décimo mês de 2011, registrou alta de 2,3%.

O professor de Economia da PUC-SP (Pontifícia Universidade Católica de São Paulo) Giuliano Contento de Oliveira avaliou que três pontos corroboram para o novo cenário desenhado pelo mercado financeiro. São elas a política de crescimento pela demanda, que, segundo o especialista, já não surtem mais efeitos como antes; o cenário externo que gera impactos no País, com a economia dos Estados Unidos caminhando de lado e a Europa ainda em crise, e, por fim, a falta de competitividade das empresas brasileiras.