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Segunda-Feira, 29 de Abril de 2024

Economia
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Pesquisa
CNC aponta que
7,5% das famílias
não pagarão dívidas

Consumidor com menor renda é o que mais
sofre na hora de honrar seus compromissos

Pedro Souza
03/06/2013 | 07:23
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Claudinei Plaza/DGABC


Parte dos brasileiros está se complicando na hora de liquidar suas dívidas. Em maio, 7,5% da população afirmou que não teria condições de pagar o que devia. Este é o maior percentual visto em 2013. E também o pior resultado desde junho de 2012. O resultado é da última Peic (Pesquisa Nacional de Endividamento e Inadimplência do Consumidor) da Divisão Econômica da CNC (Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo).
 

Dentro do grupo, as famílias que mais têm sofrido para honrar os seus compromissos com os credores são aquelas com menor renda. Segundo o estudo da CNC, 8,7% daquelas que têm rendimento mensal médio de até dez salários-mínimos, o equivalente a R$ 6.780, afirmam que não terão condições de pagar suas dívidas.

Com isso, o grupo atingiu o pior resultado desde outubro de 2011. Naquela época, a Peic captou que 9% dos entrevistados menos abastados não conseguiriam liquidar tudo o que devem.
 
Por outro lado, entre as famílias com renda média acima de dez salários-mínimos, o percentual é menor. De acordo com o levantamento, 2,8% delas deixarão de pagar seus débitos.
 
Na avaliação da economista da CNC Marianne Hanson, a evolução do percentual de famílias que não terão condições de liquidar suas dívidas acompanha o incremento de famílias inadimplentes.
 
Conforme a Peic, 64,3% dos brasileiros estão endividados. O resultado revela incremento de 1,4 ponto percentual em relação a abril. Porém na comparação anual, houve crescimento de 8,4 pontos percentuais.
 

A pesquisa reflete a imagem do País. Os dados são apurados em todas as capitais e no Distrito Federal, com, aproximadamente, 18 mil consumidores. “É uma amostra grande, o que garante o retrato dos brasileiros.”

O professor de Economia Sandro Maskio, que ministra aulas na Universidade Metodista de São Paulo, aponta duas hipóteses para o que ocorre com as famílias de menor renda.
 

“Do ponto de vista individual, demonstra uma certa indisciplina desses consumidores. De alguma forma, eles não conseguem manter o nível de despesas dentro do que o limite de sua renda consegue pagar”, explica o acadêmico.

“Há outra questão, embora esses números não sejam uma prova cabal sobre isso, mostram que as pessoas realmente não avaliam o custo que representa o crédito financeiro. No primeiro momento, elas fazem aquele cálculo raso, de que cabe no orçamento. Mas depois juntam várias dívidas, como no cartão de crédito e no cheque especial, e não conseguem pagar”, ressalta Maskio.
 

Ele destaca ainda que na hora que as famílias contratam, emprestam ou financiam, muitas não olham para a taxa de juros.




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