Para Serra, trata-se de uma jogada eleitoral para beneficiar o candidato do PT, Luiz Inácio Lula da Silva. O tucano afirmou que o procurador foi filiado ao PT por quatro anos e ameaçou processá-lo. Serra rebateu as acusações durante visita a uma sinagoga em Botafogo, no Rio de Janeiro, em comemoração ao Dia do Perdão judaico.
De acordo com o procurador, a denúncia cita empréstimos concedidos pelo Banco do Brasil e pelo Banespa, quando ainda pertencia ao Estado de São Paulo, às empresas de Marin Preciado, que é casado com uma prima em primeiro grau de Serra. Os empréstimos foram negociados por Ricardo Sérgio, na época diretor do Banco do Brasil, e por Violi, ex-diretor do Banespa.
O procurador também diz que Serra não declarou nas campanhas anteriores sua participação na empresa ACP, onde seria sócio de Preciato. O tucano teria ainda vendido, em 1995, um imóvel de 820 metros quadrados no Morumbi por R$ 140 mil. O subfaturamento seria uma forma de fraudar a Receita Federal e pagar menos impostos sobre o lucro da transação.
A prima do candidato, Verônica Serra, também é acusada de transações suspeitas. Ela comprou em 2001 um imóvel de R$ 474 mil, enquanto o capital da empresa da qual é sócia é de apenas R$ 2 mil.
Souza deve ajuizar nesta terça-feira o processo contra os acusados. O Ministério Público Federal (MPF) também pedirá a abertura de um inquérito pela Polícia Federal contra os esses suspeitos. O procurador disse que há indícios da participação de Serra no caso, mas admitiu que não existem documentos que comprovem isso.
Quanto à ameaça do candidato processá-lo, Souza se mostrou despreocupado e disse que outros investigados também tiveram gestos semelhantes. O procurador negou que a ação tenha o objetivo de beneficiar o PT. Segundo ele, sua relação com o partido terminou em 1993, quando se desfiliou.
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