Cinco pessoas foram presas, quatro por mandado preventivo e uma em flagrante; polícia apreendeu 29 veículos e R$ 60 mil em espécie
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Com apoio do GOE (Grupo de Operações Especiais) da Polícia Civil de Santo André, por meio da Delegacia Seccional, a segunda fase da Operação Martelo Virtual resultou em prisões e mandados de busca no Grande ABC. A ação teve nesta terça-feira (27) desdobramentos nas cidades de Santo André e São Bernardo e foi coordenada pela Polícia Civil de Minas Gerais, que investiga uma organização criminosa envolvida em fraudes de leilões virtuais e lavagem de dinheiro.
O delegado-geral Felipe Colombari, chefe do Departamento da Polícia Civil de Uberaba, Minas Gerais, explicou ao Diário que as investigações começaram há três anos, na cidade de Frutal, também em Minas Gerais, após denúncias de golpes sobre falsos leilões online.
“As pessoas acessavam sites aparentemente verdadeiros, faziam pagamentos via Pix e o veículo nunca chegava. Isso caracteriza uma fraude eletrônica”, disse. A primeira fase da operação foi em 2024, com seis prisões. Nessa nova etapa, 24 mandados de prisão e 57 de busca e apreensão foram expedidos.
Na região, foram realizados o cumprimento de quatro prisões preventivas e uma prisão em flagrante, todas em Santo André. Os agentes também fizeram buscas em São Bernardo, mas o alvo não foi encontrado até o momento.
Em São Paulo, os mandados foram cumpridos com apoio do GOE de Santo André, do GRT (Grupo Tático Rodoviário) e de equipes dos distritos policiais da cidade, além de outras unidades da Polícia Civil paulista.
O delegado supervisor do GOE de Santo André, Fabio Goulart, que coordenou a atuação no Grande ABC, destacou a importância da parceria entre estados.
“Tivemos êxito na captura de suspeitos e apreensão de veículos. Foi uma operação bem-sucedida que mostra o comprometimento das forças policiais no combate à criminalidade”, afirmou.
No Grande ABC, além das prisões, a Polícia Civil apreendeu 29 veículos de luxo, R$ 60 mil em espécie, um revólver, uma pistola, diversas munições, notebooks, celulares, documentos e um tablete de maconha. Os materiais foram recolhidos após o cumprimento de 19 mandados de busca e apreensão.
O balanço geral da operação revela a estrutura milionária da quadrilha: 12 pessoas foram presas, 32 veículos apreendidos, R$ 60 mil em dinheiro encontrados, além de duas armas de fogo e drogas. A Justiça também bloqueou 506 veículos, 86 imóveis e 1.023 contas bancárias, com valores que somam mais de R$ 18 milhões.
De acordo com o delegado João Carlos Garcia Pietro Júnior, responsável pelo inquérito em Frutal, a investigação começou após a denúncia de uma vítima local.
A partir do caso, foi possível rastrear os passos da organização criminosa, que atuava de forma estruturada.
“Havia quem criasse sites falsos, muito parecidos com os verdadeiros, impulsionados nas plataformas de busca. A vítima caía no golpe, acreditando estar num site oficial. A negociação era feita por WhatsApp, e o dinheiro era depositado em contas de laranjas”, explicou Pietro Júnior.
Segundo ele, havia membros com funções específicas, como captar os laranjas, levá-los aos bancos e movimentar os valores em diferentes contas, prática conhecida pelos criminosos como ‘pulada’. O objetivo era ocultar a origem ilícita dos recursos, dificultando o rastreamento.
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