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BNDES defende imposto sobre bets para aliviar alta do IOF

A proposta foi apresentada durante um evento sobre a nova indústria brasileira, na sede do banco, no Rio de Janeiro

Da Redação
27/05/2025 | 08:35
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FOTO: Tomaz Silva | Agência Brasil

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O presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, sugeriu nesta segunda-feira (26) que o governo federal aumente a taxação sobre as apostas esportivas como forma de compensar o impacto do reajuste no IOF (Imposto sobre Operações Financeiras). A proposta foi apresentada durante um evento sobre a nova indústria brasileira, na sede do banco, no Rio de Janeiro.

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Em resposta às críticas de setores empresariais sobre o aumento do IOF, Mercadante afirmou que é necessário apresentar soluções viáveis para garantir o equilíbrio fiscal. “O ministro Fernando Haddad tem que fechar o orçamento. Então, precisamos discutir alternativas. Uma delas pode ser elevar os impostos das bets, que estão corroendo as finanças populares. Isso poderia aliviar, por exemplo, o impacto do IOF”, defendeu.

Após o evento, Mercadante explicou que o ajuste fiscal também depende da estabilidade cambial e da condução da política monetária. Segundo ele, com o dólar estabilizado, o Banco Central terá mais margem para reduzir gradualmente a taxa Selic, o que ajudaria a estimular a economia de forma sustentável.

IOF mais alto para empresas

Na última semana, o governo anunciou mudanças no IOF. Uma das principais alterações foi o aumento da alíquota sobre crédito para empresas, que passou de 1,88% para 3,95% ao ano. Algumas medidas, no entanto, foram revistas após reação negativa do mercado, como o aumento da alíquota para compras em moeda estrangeira em espécie e remessas para contas no exterior, que havia sido elevada de 1,1% para 3,5%.

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O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, também participou do evento no BNDES e disse que o governo tem até o fim desta semana para definir como compensar a arrecadação prevista com as mudanças que foram revertidas. “Pode ser por contingenciamento ou substituição de receita”, afirmou.

Sobre o impacto do IOF no crédito, Haddad minimizou os efeitos e lembrou que a taxa básica de juros, definida pelo Banco Central, também encarece o financiamento. “Mesmo com juros altos, os empresários compreendem a necessidade de equilíbrio fiscal. No governo anterior, as alíquotas eram até maiores”, comparou.

Haddad concluiu dizendo que a equipe econômica está empenhada em equilibrar as contas públicas e reduzir gradualmente a carga tributária e os juros, criando um ambiente mais favorável ao crescimento.




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