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Lendas do basquete transmitem ensinamentos

Vivian Lopes e Arilza Coraça, campeãs pela AD Santo André, treinam garotas da cidade

Ryan Leme
Especial para o Diário
31/03/2025 | 09:27
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FOTO: Celso Luiz/DGABC

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Vivian Lopes e Arilza Coraça são figuras que marcaram a história do basquete feminino de Santo André. Ambas assumem importantes papéis na formação de novas gerações de atletas da região. Vivian, além de auxiliar na comissão técnica da categoria profissional, é a atual treinadora das categorias sub-18 e sub-20 da AD Santo André, enquanto Arilza desempenha a função de coordenadora geral da equipe.

Hoje, mais da metade das atletas da profissionais da equipe andreense são recém-promovidas da base, e Vivian conta que ajudar a transição entre categorias é um dos maiores desafios que precisa lidar. “As meninas demoram para se acostumar. Tudo é novo: televisão, torcida, cobrança. E a minha obrigação é tranquilizá-las,”, explica.

Os conselhos chegam de alguém acostumada com a pressão, já que Vivian defendeu Santo André por 15 anos, com conquistas desde o Paulista (1995), até o Sul-Americano (1999) com a chamada “Geração Lacta”. A ex-ala/armadora também vestiu a camisa da Seleção na Olimpíada de Atenas, em 2004.

Além das categorias de base, a dupla também foca em retomar o sucesso do time principal, primeiro campeão da LBF (Liga de Basquete Feminino) na temporada 2010/2011. “Temos uma equipe jovem, e é importante ter atletas que conhecem a cultura e identidade do time. Quando mantemos uma base forte, fica mais fácil disputar títulos profissionais no futuro”, explica Arilza, que passou 14 anos (1971 a 1985) como jogadora no basquete andreense, e hoje já são mais de 50 anos no esporte da cidade, seja dentro ou fora das quadras.

No entanto, Arilza ressalta que o caminho não é fácil. Para ela, o basquete feminino no Brasil enfrenta a falta de investimento e apoio estrutural. “Hoje, geralmente chegam 20 garotas a cada avaliação, é muito pouco. E quando elas se destacam nas categorias de base, o esporte estrangeiro, jogar por uma universidade nos Estados Unidos ou Europa, também chama atenção, e elas acabam saindo do País jovens”, lamenta.

MEMÓRIA

Para manter a conexão entre as jovens atletas e o time, a dupla acredita que a preservação da memória do passado é a chave. O ginásio que é a casa da AD Santo André leva o nome do maior nome da modalidade do município: Laís Elena, medalhista de bronze no Mundial de 1971 com o Brasil, e campeã da única LBF do time andreense, como técnica. 

O ginásio no Complexo Esportivo Dell’Antonia ganhou o nome de Laís Elena pouco depois de sua morte, em 2019. 

“As meninas precisam conhecer quem veio antes, entender que fazem parte de uma trajetória maior. Laís foi um exemplo para todas nós. Ela dedicou a vida ao basquete e formou gerações de atletas, e não vamos deixar isso ser esquecido”, diz Vivian.

Na última edição da LBF, o time andreense finalizou entre os oito melhores times do País, eliminado nas quartas de final contra o Campinas.




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