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Invasora de S.Caetano processa a tia e cobra cota de imóvel alugado

Laura Passarella Carajoinas invocou na Justiça o direito de propriedade para receber dividendo de residência herdada da família em Mairiporã

Wilson Guardia
01/02/2025 | 08:20
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FOTO: Denis Maciel | DGABC

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A estudante Laura Passarella Carajoinas, que coordena a invasão a prédio particular localizado no bairro Cerâmica, em São Caetano, procurou a Justiça para cobrar, da própria tia, aluguel de um imóvel herdado no Centro de Mairiporã, cidade da Região Metropolitana de São Paulo.

A casa na Rua Dona Laura Barbosa Nascimento, 64, a 46 quilômetros da Rua José Benedetti, local da invasão no Grande ABC, está locada para a Prefeitura mairiporanense, que adaptou o imóvel para uma unidade do Caps (Centro de Atenção Psicossocial).

A residência pertencia a Maria Alice Travassos Carajoinas e Antonio Carlos Carajoinas, avós de Laura, que deixaram diversos bens para os quatro filhos, um deles, Maurício Carajoinas, pai da estudante que lidera a invasão em São Caetano – quando ele morreu, em abril de 2021, ela herdou o direito sobre a casa.

Sem obter autorização das demais proprietárias, Elaine Carajoinas Moreno Bonilha, tia de Laura, alugou o imóvel para a Prefeitura de Mairiporã pelo valor mensal de R$ 7.500 em dezembro de 2021. Com as renovações contratuais anuais, atualmente o aluguel está em R$ 8.065,58.

No mesmo ano em que a residência foi alugada, Laura e outros dois herdeiros ajuizaram ação na 1ª Vara Cível de Mairiporã exigindo a parte dos dividendos que lhe eram devidos. Como não houve acordo entre os familiares, em outubro do ano passado a Justiça determinou que Elaine fizesse os repasses às contas-correntes dos autores.

No fim de 2024, o juiz Cristiano Cesar Ceolin determinou o pagamento do aluguel divido em cotas para cada um dos herdeiros. Com isso, Laura, detentora de 12,5% do espólio, recebe mensalmente pelo imóvel R$ 1.008,20 – a outra quarta parte é destinada à irmã, Beatriz Passarella Carajoinas.

Em contatos com pessoas a par do assunto, realizados nas duas últimas semanas, a reportagem do Diário apurou que o contrato de locação foi renovado mais uma vez. No entanto, os valores não foram apresentados. Consultada, a Prefeitura de Mairiporã não respondeu ao jornal.

Familiar da estudante, que aceitou conversar com a reportagem sob condição de anonimato, afirmou que a parente “só quer os direitos, mas se esquece dos deveres”. “Quando o avô e o pai morreram, a Laura não ajudou com as contas, nem mesmo com a exumação em cemitério particular. Inclusive, com as da casa da família, na Vila Maria (Zona Norte da Capital), onde o pai dela morava”, disse. “Enquanto o pessoal ficava na invasão (em São Caetano), ela estava em viagem à Florianópolis. Ela já foi até para a Disney”, contou.

Outro lado

Laura – que ajudou a financiar candidatura de vereador da UP (Unidade Popular) em São Paulo e mora em Santo André – foi procurada para dar sua versão dos fatos, mas não se manifestou.

Na segunda-feira, a estudante foi oficialmente comunicada da decisão do juiz José Francisco Matos, da 4ª Vara Cível de São Caetano, que manda os invasores desocuparem o imóvel, tomado em novembro, até o dia 12.




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