Nelsinho Baptista está de volta ao São Paulo, após três anos afastado do clube. O anúncio feito pela diretoria tricolor nesta segunda foi mais rápido do que se imaginava, após a saída do técnico Oswaldo Alvarez, na última quinta-feira. O treinador, que dirige a Ponte Preta, só se apresenta após o encerramento da participação do time campineiro na Copa do Brasil, competição em que disputa a semifinal a partir de domingo diante do Corinthians.

Mas os novos jogadores do elenco querem mais. Eles pedem um líder dentro de campo. Nesta segunda, o diretor de futebol, José Dias, disse que o clube já enviou um fax para a Udinese (Itália) para tentar a contratação de Jorginho Paulista, hoje no Vasco. Outro nome que Dias não descarta é do colombiano Rincón. Segundo o dirigente, a negociação só acontece se o volante se desligar do Santos. Leonardo, do Milan, também está nos planos para voltar ao Morumbi.

O novo treinador do São Paulo marcou para esta terça pela manhã uma entrevista. Nelsinho vai explicar os motivos que o fizeram aceitar o convite do São Paulo. Em 1998, quando dirigiu o time pela primeira vez, foi campeão paulista diante do Corinthians. Mas saiu do clube após a derrota por goleada sofrida diante da Portuguesa no Brasileiro (7 a 2). O então preparador físico Moracy Santanna foi demitido e Nelsinho pediu demissão em solidariedade ao companheiro.

Alguns jogadores acreditam que um líder também pode ajudar o grupo a encontrar o caminho das conquistas, embora tenha conseguido o título do Torneio Rio/São Paulo.

A média de idade do grupo é de 23 anos. Mas o volante Alexandre pensa diferente. Para ele, o problema do time está na falta de comunicação dentro de campo. “O Rogério tem esse perfil, mas por ser goleiro fica longe da gente e não consegue exercer a sua liderança plenamente. Falta alguém no meio-campo”, disse.

Carlos Miguel, que embarcou nesta segunda à noite para o Japão para servir a seleção, seria o nome no atual elenco. Mas o meia prefere não assumir esta responsabilidade. “Podem achar que eu sou velho, sei lá. Mas quando alguém precisa de um conselho ou uma bronca para acordar durante os jogos, então procuro dar”, afirmou.

A opinião de Kaká, Renatinho e companhia não é unanimidade. Para o zagueiro Júlio Santos, 20 anos, a falta deste líder não foi fundamental na desclassificação da equipe na Copa do Brasil, quando perdeu do Grêmio dentro de casa por 4 a 3. “Não fomos eliminados porque faltou um líder. Quando se perde, as pessoas procuram uma desculpa para justificar as falhas. Isso é comum no futebol”.