Reportagem atualizada às 18h50

O TCE-SP (Tribunal de Contas do Estado de São Paulo) notificou a Prefeitura de São Bernardo e a FUABC (Fundação do ABC) para prestarem esclarecimentos sobre três episódios envolvendo eventual negligência em procedimentos médicos no Hospital da Mulher, reveladas pelo Diário na última semana. O equipamento é uma das unidades municipais de saúde que estão sob a gestão da fundação, organização social contratada pela administração pública.

As denúncias que o órgão se refere são sobre os casos de Deisy Coimbra, 29 anos, que morreu em março deste após receber duas anestesias durante o parto; de Raissa Falosi Santos, 20, que ficou 19 dias com uma compressa em seu corpo após dar à luz na unidade de saúde e o terceiro episódio ocorreu em julho do ano passado e envolve a morte de um bebê após uma cesária de emergência. A paciente Priscila Tabata Benedito, 35, acusa o equipamento de demora para realização do parto.

Os órgãos têm prazo de cinco dias úteis, até segunda-feira (29), para responder os questionamentos do conselheiro Dimas Ramalho, responsável pelo processo que cuida do referido contrato de gestão no âmbito do TCE-SP. A Prefeitura e FUABC devem informar quais medidas estão sendo adotadas para apuração das ocorrências no âmbito sancionatório, civil ou penal, e se houver, além das providências administrativas adotadas para prevenção de ocorrências similares.

O TCE também requisitou nomes, cargos e funções de todos os funcionários envolvidos no tratamento das então gestantes e questionou a administração pública e a fundação se foram feitas representações junto aos órgãos de classe dos responsáveis.

Além do Hospital da Mulher, a fundação administra outras três unidades: Hospital Anchieta (Centro), Hospital de Clínicas Municipal (Alvarenga) e Hospital de Urgência (Centro). 

A Prefeitura de São Bernardo e a FUABC não retornaram os questionamentos do Diário até o fechamento desta edição.

Após as denúncias de negligência e violência obstétrica no equipamento de saúde, a gestão de Orlando Morando (PSDB) criou um comitê o para apurar os casos. A primeira decisão foi o afastamento temporário do diretor técnico da unidade, Rodolfo Strufaldi.