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A Secretaria-Geral da Presidência da República informou hoje que não irá negociar com índios que invadiram um dos canteiros da obra da hidrelétrica de Belo Monte (PA), paralisando parcialmente a obra pelo quinto dia consecutivo.
Ao menos 80% dos 180 índios que invadiram a obra são da etnia mundurucu, de aldeias situadas ao longo do rio Tapajós, a centenas de quilômetros de distância de Belo Monte.
Dizem ter uma pauta de reivindicações para o governo federal, como a regulamentação do mecanismo de consulta prévia sobre obras que interfiram em terras indígenas, paralisação de obras e estudos de hidrelétricas nos rios Xingu, Tapajós e Teles Pires, e suspensão do envio de tropas da Força Nacional de Segurança às comunidades.
No início da tarde de hoje, o índio Cândido Munduruku afirmou que iriam manter o protesto até que o Planalto enviasse o ministro Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral), responsável pela interlocução com movimentos sociais, para dialogar com as lideranças.
Por meio de assessoria, a Secretaria-Geral afirmou que os índios munducuru não são sérios e não querem negociar. Chegou a relacionar um dos líderes do movimento ao garimpo ilegal no Tapajós, cuja manutenção estaria por trás dos interesses do grupo.
A assessoria disse ainda que Carvalho se colocou a disposição dos índios por duas vezes para discutir mecanismos de consulta prévia sobre obras de hidrelétricas nos rios Tapajós e Teles Pires. Afirmou que os índios chegaram a viajar a Brasília em fevereiro, custeados pelo Planalto, e não apareceram em reunião marcada com o ministro --também faltaram, segundo a pasta, a outra reunião, em abril, em Jacareacanga (PA).
"Eles mudam a regra do jogo na última hora. Não querem negociar e agora fizeram essa invasão em Belo Monte. Não são sérios e não são honestos", afirmou o assessor especial do ministério Sérgio Alli.
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