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PM depoe sobre seqüestro do ônibus 174 no Rio
Do Diário do Grande ABC
24/07/2000 | 20:22
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O policial do Batalhao de Operaçoes Especiais(Bope) que disparou sua arma ao fim do seqüestro do ônibus 174, provocando a reaçao do bandido e a morte de uma refém, prestou depoimento nesta segunda na 15ª DP (Gávea). O soldado Marcelo de Oliveira dos Santos, 27 anos, porém, nao respondeu a nenhuma pergunta relativa ao incidente. Durante uma hora e meia em que esteve com a delegada Martha Rocha, ele só falou sobre sua saúde.

Apenas quando forem concluídas as investigaçoes, no início do próximo mês, a delegada vai decidir se o policial será ou nao indiciado. Em caso positivo, o advogado Clóvis Sahione alegará legítima defesa de terceiros. "Ele atirou para defender a vida dos reféns que ainda corriam risco nas maos de um terrorista, mas infelizmente errou", explicou. O erro causou a reaçao do assaltante Sandro do Nascimento, que matou a professora Geisa Gonçalves, em 12 de junho, no Jardim Botânico. Sahione disse que nao sabe se o policial recebeu ordem para atirar, mas acredita que ele agiu em um momento onde havia liberaçao para os atiradores.

Por duas vezes o depoimento do soldado Marcelo Santos foi adiado devido a uma licença médica por "reaçao aguda ao estresse", que durou 36 dias. Segundo o advogado, ele ainda sofre de forte depressao e passa por tratamento psiquiátrico. "Ele está tomando fortes medicamentos e nao teria condiçoes de produzir um depoimento sobre o fato", acredita Sahione. Nesta segunda o policial foi liberado para fazer serviços internos no Bope.

A todo o momento, Sahione fez questao de dizer que o soldado é um homem sensível, que toca piano, pinta, escreve poesias e estuda filosofia. "A morte da professora o abalou, o fez se sentir culpado", contou. O policial também teme ser reconhecido onde mora e por isso, segundo o advogado, usa um óculos como disfarce.

Apesar do soldado nao ter respondido nada sobre o seqüestro, a delegada Martha Rocha acredita que seu depoimento foi importante. Ela espera concluir o inquérito antes do prazo de 9 de agosto.

Para esta terça, está previsto o depoimento de uma médica do Bope, que deve falar sobre o atendimento ao soldado Paulo Roberto Alves Monteiro, que sofreu luxaçao no braço esquerdo e estava no camburao onde o assaltante morreu asfixiado.




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