Pacientes relatam ter esperado até sete horas por atendimento ou receber medicamento entre fim da tarde e noite de sexta
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A crise instalada na rede municipal de saúde de São Bernardo nos últimos meses se fez presente mais uma vez na UPA (Unidade de Pronto Atendimento) Alves Dias/Assunção no fim da tarde e noite de sexta-feira, quando pacientes relataram ter esperado por, pelo menos, sete horas por atendimento ou para tomar medicação após passar por consulta. Os relatos chegaram ao Diário por meio de vídeos ou áudios, nos quais moradores reclamavam da demora e até do descaso com que funcionários tratavam a situação quando questionados sobre o longo tempo de espera ao abrirem as portas de consultórios ou de procedimentos para chamar o paciente da vez. Segundo dizem, fechavam a porta logo ao serem cobrados.
“Estou aqui com meu neto na UPA desde umas 16h (o vídeo foi enviado às 20h27), está com asma, já passou pelo médico, agora está esperando uma medicação que nunca vem. Faz mais de três horas que estamos esperando essa medicação. E se o menino piorar e tiver um treco aqui, vai morrer aqui, porque ninguém quer atender. Só dizem que está lotado e que tem de esperar a ordem (de chamada). Mas é isso aí né. Fazer o que diante deste caos, pois depende do prefeito”, reclamou a avó de um menino, que só deixou a UPA por volta das 22h.
A pessoa que fez os vídeos e os áudios enviados ao Diário informou que no período a UPA tinha em torno de 40 pessoas à espera de atendimento e apenas dois clínicos gerais, um pediatra e quatro enfermeiras para dar conta de toda a demanda, inclusive casos mais graves. “Agora complicou um pouco mais porque parece que chegou um caso aqui de gente ferida em troca de tiro. Eles (funcionários) até fazem o que dá, mas é muita gente e poucos profissionais. Só acho que deveriam dar uma atenção maior e priorizar alguns casos, como de um menino que está em crise de bronquiolite, de uma menina com asma e de uma senhora com dores no corpo e na cabeça e formigamentos”, relatou.
Nos casos das duas crianças, as mães estavam ali desde as 16h e, nos vídeos enviados ao jornal, se mostravam angustiadas pela demora, falta de atenção dos funcionários e sobre a possibilidade de o quadro dos filhos se agravar por não tomarem a medicação. As duas foram chamadas para receber os medicamentos prescritos pelo médico por volta das 22h, mas a expectativa é que deixassem a unidade entre 23h e 0h, a depender do tempo para completar o procedimento.
A senhora com dores no corpo e formigamentos também chegou na UPA por volta das 16h, mas vídeo enviado ao jornal às 20h17 mostrava ela chorando e o marido chegando com cadeira de rodas para retirá-la do local e levá-la para casa ou tentar o atendimento em outra unidade. “Essa é a realidade agora aqui na UPA Alves Dias. Sem atendimento, indo para casa, doente. E o prefeito (Orlando Morando) e o secretário de Saúde (Geraldo Reple Sobrinho) não fazem nada para resolver esse caos da nossa saúde”, comentou a pessoa que enviou as reclamações ao Diário.
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