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Caso Yago: Polícia apreende carro usado por suspeito para levar jovem de São Bernardo

Morte do rapaz foi encomendada por amiga que teria dívida com ele, segundo a investigação; ela e outros dois homens já foram presos

Pamela Cadamuro
21/03/2023 | 12:55
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Veículo foi usado pelo homem que teria matado Yago para levar o jovem; Uno será periciado pela Polícia Civil (Foto: Divulgação)


A Polícia Civil de São Bernardo, por meio do Deic (Delegacia Especializada em Investigações Criminais) apreendeu, na última segunda-feira (20), o carro usado pela pessoa que teria matado o jovem Yago França, de 29 anos, no final do mês passado. Ele morava em São Bernardo e, segundo a investigação, uma amiga teria sido a mandante do crime.

De acordo com o delegado Cristiano Sacrini, o veículo, modelo Fiat Uno, possuia uma comunicação de venda nos órgãos de trânsito. "A pessoa que constava como proprietária do carro disse que teria emprestado ao homem que ia comprá-lo, mas o negócio acabou não dando certo e o veículo foi devolvido", explicou o delegado. O interessado em supostamente adquirir o Uno, ainda de acordo com a polícia, é a pessoa que teria sido contratada pela amiga de Yago, a drag queen Lunna Black, para cometer o crime. O homem continua foragido.

Agora, o carro será periciado em busca de sangue ou outros materiais que confirmem a presença de Yago no veículo.

AMIZADE, DÍVIDA E MORTE
Na última sexta-feira (17), José Henrique Silva Santos, a drag queen Lunna Black, foi preso junto com Lucas Santos de Souza e Robson Pereira Felipe. Segundo a investigação, José Henrique e Yago eram amigos e realizavam alguns shows como drag queens - Yago como Amélia Lovett e José Henrique como Lunna Black. Das apresentações, José Henrique devia cerca de R$ 40 mil a Yago, mas não teria pago o amigo por ter contraído dívidas com outras pessoas.

Para não precisar dar parte dos cachês a Yago, Lunna Black teria feito uma consulta espiritual com Lucas, líder religioso em uma casa na zona Sul de SP, e foi aconselhada a matar o amigo.

LEIA TAMBÉM: Polícia prende três suspeitos por morte de jovem de São Bernardo; amiga teria encomendado o crime

Para colocar o plano em prática, ela "terceirizou" o crime e contratou uma pessoa para executar o jovem. Lunna, ainda segundo a polícia, atraiu Yago até a casa de Lucas usando como pretexto a religião que os dois compartilhavam. No local, com a presença de Robson, Yago foi dopado e amparado até o carro do homem que teria tirado a vida do rapaz. Toda a movimentação foi flagrada por uma câmera de segurança do bairro, que desmente a versão dada por Lunna, Lucas e Robson, de que Yago teria saído do local antes de anoitecer. No vídeo, é possível ver que a vítima sai da casa por volta das 20h. O "matador de aluguel" receberia R$ 10 mil pelo serviço.

CONVERSAS FORJADAS
Para criar um álibi a seu favor, Lunna teria forjado conversas entre ela e Yago, onde o amigo contava que, após deixar o espaço religioso onde se encontrou com ela, Lucas e Robson, iria até Embu-Guaçu, também na região metropolitana de SP, conhecer uma pessoa com quem conversava através de um aplicativo de relacionamentos.

As mensagens, no entanto, teriam sido enviadas do celular de Yago pela própria Lunna. Nas redes sociais, após a confirmação da morte do então amigo, Lunna chegou a postar uma montagem com uma série de fotos junto com Yago, acompanhada de um texto. Em um dos trechos, ela diz que em sua memória estarão “sempre os melhores momentos”, se referindo ao período de amizade dos dois.

RECONHECIMENTO
Yago desapareceu no dia 27 de fevereiro, após sair de casa no bairro Taboão, em São Bernardo, dizendo aos pais que iria em uma reunião com amigos, mas que voltaria para o jantar. Ele foi ao Capão Redondo, ao encontro de Lunna, Lucas e Robson, e não respondeu mais aos chamados dos familiares.

No dia 1º de março, a polícia encontrou o corpo de um rapaz parcialmente carbonizado em Itapecerica da Serra, na Grande SP. Levado ao IML (Instituto Médico Legal) de Taboão da Serra, cidade vizinha, ele foi reconhecido como sendo Yago apenas no dia 7, pela própria mãe, que identificou o filho através da barba e de algumas tatuagens. 




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