Número pode ser ainda maior, pois não contabiliza dados de Mauá e S.Caetano; infectologista alerta que só esquema completo é seguro para conter agravamento da doença<
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Mesmo com o surgimento e rápido avanço de novas subvariantes da Ômicron, variante do SARS-CoV-2, vírus que causa a Covid-19, mais de 700 mil moradores do Grande ABC não retornaram para completar o esquema vacinal contra o coronavírus.
No total, 713.030 pessoas aptas a receber o fármaco estão com a segunda dose de reforço atrasada em cinco cidades, segundo levantamento do <CF52>Diário</CF> com dados das prefeituras de Santo André, São Bernardo, Diadema, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra. Mauá e São Caetano não forneceram informações.
O número de ‘faltosos’ representa quase o total de habitantes de quatro municípios da região. É como se toda população de São Caetano, Mauá, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra, que juntas contabilizam 711.484 moradores, segundo estimativa prévia do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), não recebessem o imunizante adicional.
A infectologista e coordenadora do comitê de imunização da SBI (Sociedade Brasileira de Infectologia), Rosana Richtmann, alerta sobre a importância de completar o esquema de reforço da vacinação contra Covid para evitar hospitalizações e óbitos pela doença.
“A nova subvariante (XBB.1.5) ou todas as outras subvariantes da ômicron já detectadas, necessitam de uma quantidade de anticorpos maior para que tenha alguma proteção em relação a doenças mais graves. Os reforços vacinais, seja a terceira ou quarta dose, são muito importantes para evitar a evolução da doença para casos mais graves ou até para mortes. As vacinas não protegem da doença, o que o imunizante de fato continua protegendo é para formas graves, isso a ciência já comprovou”, destaca a médica.
Em relação à terceira dose do imunizante, ou, primeira dose de reforço, os dados também são alarmantes. Do 1,7 milhão de pessoas que receberam a segunda dose contra o coronavírus, 377.228 não voltaram para receber a terceira aplicação nos cinco municípios.
“Quando você pega os dados do Grande ABC, região densa de população, e que quase 81 mil pessoas nunca se vacinaram, é um número que preocupa. Estamos falando de uma doença que hoje é imunoprevenível, você consegue prevenir a patologia através da vacinação”, destaca Richtmann sobre o número de moradores que nem chegaram a receber a primeira dose do esquema primário de imunização – no total são 81.958. (Veja tabela ao lado)
“Não é por falta de possibilidades ou de oportunidades de tomar a vacina e, sim, talvez, por falta de explicação, esclarecimento e incentivo sobre a importância da imunização. Mais do que criticar as pessoas que não foram tomar suas doses, é mais o porquê elas fizeram isso e orientar da melhor maneira possível. A pergunta nunca é quem está errado e sim o que está errado”, finaliza.
BALANÇO VACINAL
Nas cinco cidades da região, 91% da população já recebeu a primeira dose do imunizante, 1,9 milhão de pessoas no total. Em relação à segunda dose da vacina do esquema primário, 1,8 milhão, ou 85%, dos moradores já estão protegidos.
A terceira aplicação (primeira de reforço) ocorreu em 1,3 milhão de pessoas; a quarta dose (segunda de reforço) em 764 mil e a quinta, destinada para idosos e imunossuprimidos, foi aplicada em 4.272.
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