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La Chascona mantém viva a obra de Pablo Neruda
Anderson Fattori
Soraia Abreu Pedrozo
10/01/2019 | 07:22
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Ao lado do Cerro San Cristóbal, no bairro Bellavista, residência azul de arquitetura diferente logo chama atenção pela beleza e movimentação em sua porta. Ali fica a La Chascona, casa construída em 1953 pelo poeta Pablo Neruda para viver ao lado de Matilde, amante que se tornou sua terceira esposa. Na tradução para o português, significa despenteada, em homenagem a ela.

Hoje o local é sede da Fundação Pablo Neruda, que mantém viva a história de um dos maiores poetas de língua castelhana do mundo e Prêmio Nobel de Literatura de 1971.

Por dentro, a casa surpreende pela beleza e tamanho. É dividida em três partes, com acesso por escadas. A construção, que tem vista singular para a Cordilheira dos Andes, é lúdica e bastante colorida. O arquiteto responsável havia se inspirado no estilo do artista catalão Antonio Gaudí.

Ela foi totalmente reconstruída após ter sido saqueada, em setembro de 1973, durante o golpe militar do Chile, que provocou o suicídio do presidente socialista Salvador Allende, amigo de Neruda, e colocou o ditador Augusto Pinochet no poder. Dias depois, o poeta também morreu, tendo no seu atestado de óbito câncer de próstata, mas exumação do seu corpo, em 2017, descartou essa possibilidade. Há suspeitas de que ele tenha sido assassinado pelo regime.

Neruda, aliás, foi velado ali, na sala, mesmo com o frio comum à época e os vidros todos estilhaçados.

Apaixonado pelos prazeres da vida, o poeta adorava reunir em extensa mesa os amigos para as refeições. Com senso de humor apurado, seu saleiro e pimenteiro carregavam outros nomes: marijuana e morfina. Algumas taças, coloridas, eram presente de seu amigo Diego Rivera, muralista mexicano e marido da pintora Frida Kahlo, os quais conheceu quando foi cônsul do Chile no México. “Até a água tem mais sabor em uma taça colorida”, dizia ele. Aliás, dentre souvenires de sua casa que valem a pena trazer e usar como objeto de decoração são os recipientes de sal e pimenta, taças cheias de cores e canecas com poemas de Neruda inscritos.

A visita a casa é feita por meio de aparelho de áudio guia, disponível em português, que facilita e a compreensão e permite observar com detalhe os inúmeros itens da casa. O passeio dura em torno de uma hora e custa 7.000 pesos chilenos (R$ 39).
 




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