As cobras são carnívoras e ingerem as presas por inteiro porque não mastigam e não cortam ou trituram os animais que lhes servem de alimento. Esse tipo de animal pode comer presas com até três vezes o diâmetro do seu corpo, casos de capivaras, veados, jacarés e bezerros. Elas conseguem derrotar outros bichos que servirão de comida com a ajuda da força muscular e usando método de abate chamado de constrição, capaz de interromper o fluxo sanguíneo da vítima de tanto apertar os alvos, além de, em alguns casos e espécies, usar o veneno presente em seu corpo.

O corpo das serpentes possui certas características especiais para que esse tipo de processo de ingestão seja realizado. É o caso dos dentes cônicos e recurvados para dentro (que ajudam a empurrar a presa rumo ao interior do seu corpo), a articulação dos ossos da cabeça ao redor da caixa craniana, o fato de os lados direito e esquerdo da cabeça se movimentarem de maneira independente (não ficando uma estrutura rígida como no ser humano) e a elasticidade da pele e da musculatura em geral.

Quando o alimento chega ao estômago, entram em ação potentes sucos digestivos, soluções feitas com ácido e enzimas digestivas. Por causa do grande tamanho das presas, a digestão é lenta e pode levar dias. É necessária temperatura acima dos 25°C para que o processo ocorra, sendo que a cobra pode regurgitar o alimento caso o tempo no solo e ao seu redor fique abaixo do ideal.

As cobras que praticam essa ação existem no Brasil e são conhecidas como sucuris (ou anacondas), também moradoras de outros pontos da América do Sul. Elas podem medir mais de cinco metros. Algumas espécies de pítons vivem nos continentes da Áfria e da Ásia.

Essa alimentação de grandes animais é comum na maioria dos tipos de serpentes, com as de escalas evolutivas inferiores se contentando em comer pequenos seres, como peixes e anfíbios. Detalhe que as cobras não são capazes de digerir elementos como penas, escamas, dentes e unhas.

A maior cobra do mundo criada em cativeiro chama-se Medusa, uma píton de 7,67 metros de comprimento. Ela mora em uma casa de horrores na cidade de Kansas City, nos Estados Unidos, e são necessárias até dez pessoas para segurá-la.

Pergunta de Heloisa Freitas dos Santos, 9 anos, de São Caetano.

Consultoria de Giuseppe Puorto, diretor do Museu Biológico do Instituto Butantan, de São Paulo.