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PM ocupa morros para conter guerra do tráfico no Rio
Do Diário OnLine
02/04/2002 | 20:51
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A Polícia Militar do Rio de Janeiro ocupou nesta terça-feira, por determinação do governador Anthony Garotinho, sete morros na zona Norte da cidade para conter o clima de guerra instalado por traficantes. Pelo segundo dia consecutivo policiais do Batalhão de Operações Especiais da PM (Bope) foram atingidos por granadas durante confronto com traficantes. Três deles ficaram feridos.

Os morros ocupados são os de São Carlos, Querosene, Mineira, Fallet, Fogueteiro, Coroa e Zinco, no Estácio e Catumbi, onde traficantes rivais disputam o território do inimigo. Um carro blindado do Bope tentou subir um dos morros nesta madrugada de terça, mas foi atingido por uma granada que feriu os policiais. O carro da corporação, conhecido como Caveirão, teve de ser rebocado para a sede do batalhão, em Laranjeiras.

Segundo o comandante do Bope, coronel Venâncio Moura, na madrugada desta terça, durante mais de duas horas, 20 homens de sua equipe trocaram tiros com cerca de 50 traficantes, que usaram pelo menos 10 granadas.

Perto de uma universidade localizada nas proximidades do morro do Turano, vários estudantes entraram em pânico com os tiros. No Rio Comprido, quadrilhas travam uma guerra pela disputa dos pontos de venda de drogas. Ninguém foi preso. Na Tijuca, na madrugada de segunda-feira, cinco pessoas ficaram feridas durante um tiroteio que durou 6 horas.

Na manhã desta terça, policiais hastearam no topo do morro de São Carlos uma bandeira com o símbolo do Bope. Moura comparou a situação enfrentada pela PM fluminense com os conflitos no Oriente Médio. “É a luta pelo território. Em todo o mundo, a polícia é preparada para ações preventivas. Hoje, no Rio, a polícia tem que se preparar para a guerra”, disse.

Pânico - De acordo com os policiais, os traficantes usam armamentos potentes, típicos de conflitos internacionais, como os fuzis AK-47 (versão chinesa), G3 (de fabricação alemã) e AR-15 (norte-americanos), além de granadas. Os projéteis atravessam muros e apavoram as famílias que moram nos locais atacados.

Uma moradora entrevistada pelo Jornal Nacional, da TV Globo, mostrou suas paredes e móveis perfurados por balas. Segundo ela, a família se esconde em refúgios dentro da própria casa quando ouve tiros. “Dormimos no banheiro. Não sabemos o destino da bala”, disse. Questionada se o clima parecia o de uma guerra, ela respondeu: “Não parece, estamos numa guerra”.




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