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Com documentários focados em personagens que caracterizam períodos, movimentos e tendências, Edição Especial vai a fundo na trajetória das figuras emblemáticas das HQs nacionais, de forma quase linear e cronológica, a começar com o desenvolvimento da técnica no País, ainda no início do século passado, com Angelo Agostini, nessa estreia. No segundo episódio, um salto no tempo leva ao inigualável Mauricio de Sousa. Com o título de O Império, o capítulo expõe o crescimento gigantesco da marca Turma da Mônica, inspirada nos próprios filhos do quadrinista e que hoje é até um parque de diversões para crianças - isso sem falar nas séries de graphic novels, nome dado às HQs mais "adultas", como Lições e Astronauta, lançadas recentemente.
A trajetória de Edição Especial segue as vidas e obras de nomes como Ziraldo (protagonista do terceiro episódio), Angeli (quarto), Laerte (quinto), Lourenço Mutarelli (sexto), Renato Guedes e Mike Deodato (sétimo), André Dahmer, Arnaldo Branco e Allan Sieber (oitavo), Fábio Moon e Gabriel Bá (nono) e, por fim, traça uma perspectiva sobre qual é o futuro dos quadrinhos nacionais, tão bem servido, embora nem sempre reconhecido.
O Velho Cartunista, episódio que narra o crescimento de Angeli, exibido para a imprensa como exemplo do restante dos outros nove, é linear e correto ao documentar a evolução de Angeli e sua criação. De personagens clássicos - e seu já bastante falado desamor pela Rê Bordosa - às aventuras recentes com as charges de cunho bastante político, algo tão enraizado na vida e obra do cartunista, embora seja exibida de forma singela e irônica.
Angeli forma, ao lado de Glauco e Laerte, o trio que fundamentou o que se conhece como HQ contemporânea no País. Juntos, criaram Los 3 Amigos, série que foi sucesso de crítica. O documentário não se furta em lidar com a relação entre os três - e o sentimento de Angeli com relação a Glauco, morto em 2010.
É a angústia da criação que humaniza de vez o cartunista - figura, por vezes, misteriosa. É o vazio entre artista e a prancheta. O branco - seja no papel, seja na mente. Não é por acaso que, em dado momento, Angeli tenha colocado a própria crise para preencher suas tiras. A série Angeli em Crise, que pode ser vista na foto ao lado, é um retrato do artista em seu formato mais humano, afinal. Não há herói, vilões e super poderes. Só a folha em branco.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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