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Termina rebelião no complexo de Bangu
Do Diário OnLine
01/11/2002 | 15:37
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Depois de aproximadamente dez horas, chegou ao fim a rebelião na Casa de Custódia Jorge Santana, no complexo penitenciário de Bangu, zona Oeste do Rio de Janeiro. Segundo o comandante-geral da Polícia Militar, coronel Francisco Braz, os 496 rebelados concordaram em entregar suas armas e libertar os seis policiais militares que eram mantidos como reféns desde as 5h. Em três meses, este foi o sexto motim no complexo penitenciário de Bangu, sendo que o último aconteceu há nove dias.

A rebelião começou depois de uma tentativa de fuga. De 500 detentos, apenas quatro conseguiram escapar e, revoltados, os demais tomaram os PMs como reféns. No início eram sete os policiais detidos, mas um deles foi libertado antes do final do motim, depois de ter sido espancado e ter a perna quebrada a golpes de marreta.

Além de apanhar, os policiais foram humilhados pelos detentos durante a rebelião. No início da tarde, um PM fardado foi amarrado junto a um botijão de gás, no pátio do presídio. Segundo informações da Rádio CBN, um outro PM teve a sua farda completamente rasgada. O clima ficou muito tenso no local, com os detentos ameaçando os reféns de morte. Os amotinados estavam armados com pistolas e escopetas, que teriam sido roubadas das salas de direção do presídio. Dois PMs foram baleados.

Os rebelados exigiam melhora nas refeições e transferência de presos que já foram condenados, lembrando que o local trata-se de uma casa de custódia. Nenhuma das reivindicações foi atendida. O coronel Francisco Braz afirmou que os detentos concordaram em se entregar depois da chegada do carro blindado do Batalhão de Operações Especiais da PM, normalmente utilizado quando a Polícia Militar decide invadir presídios.

Temendo uma invasão e com a garantia de Francisco Braz de que não receberiam represálias, os detentos decidiram entregar as suas armas e libertar os reféns. Dois presos foram feridos a tiros, mas passam bem.

O dirigível contratado pela Secretaria de Segurança do Rio e um helicóptero da PM sobrevoam a região do complexo de Bangu em busca dos fugitivos. Desde janeiro, 105 presos já conseguiram escapar da Casa de Custódia.

Conivência — Depois do início da rebelião, o coronel Francisco Braz exonerou o subtenente Amichi do cargo de diretor da Casa de Custódia Jorge Santana e o major Ari Jorge Santos assumiu o posto.

Em entrevista à Globonews, Braz afirmou que houve um falha individual. Para ele, os detentos não conseguiriam entrar sozinhos em uma das salas da direção do presídio e pegar as armas que lá estavam. "Houve uma falha individual e as providências estão sendo tomadas. É a falha individual que nos fragiliza e preocupa", disse.

A governadora do Rio de Janeiro, Benedita da Silva (PT), também lamentou nesta sexta-feira a corrupção de alguns policiais. “A polícia que nós temos é essa. Nós estamos trabalhando para melhorar o que está aí. O que nós lamentamos é que ainda existam facilitadores”, afirmou.




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