As concessionárias e distribuidoras de veículos estabelecidas no Grande ABC vão trabalhar apenas dois domingos por mês, e não mais todos os domingos, como estava sendo feito há dez anos.

Quanto aos feriados, não há mais a obrigatoriedade de abrir as lojas em todos eles. Porém, conforme explica o presidente do Sindicato dos Concessionários e Distribuidores de Veículos no Estado de São Paulo, Octavio Leite Vallejo, as datas ainda serão definidas.

As regras valem para concessionárias de motos, carros e caminhões, porém, só dos zero-quilômetro. No Grande ABC existem 49 delas.

Para os domingos já foi definida escala. Em janeiro, por exemplo, eles trabalharam no dia 15 e vão abrir também no dia 29. Amanhã, portanto, as lojas ficarão fechadas. No site do Sincodiv-SP (www.sincodiv.org.br) é possível acessar tabela com as datas. O cronograma de trabalho será o mesmo que na Capital, em Guarulhos (incluindo Arujá, Ferraz de Vasconcelos, Itaquaquecetuba, Poá e Santa Isabel) e em Mogi das Cruzes (incluindo Salesópolis e Suzano).

No Interior e na Baixada Santista foi definido que não se trabalhará aos domingos nem aos feriados.

A decisão foi tomada a partir de assembleia realizada entre os concessionários e o sindicato patronal. "Desde agosto os concessionários e distribuidores já estavam manifestando fortemente essa vontade. Tanto que o resultado refletiu a decisão de 61,7% deles."

Após essa aprovação, será assinada a convenção coletiva regional com a Federação dos Empregados no Comércio do Estado de São Paulo, juntamente com os sindicatos de Guarulhos, Mogi das Cruzes e de Santo André e região.

A assinatura da convenção coletiva regional está aguardando apenas a aprovação dos empregados do Grande ABC, em assembleia sindical convocada para terça-feira pelo Sindicato dos Comerciários desta região. Os empregados das bases sindicais de Guarulhos e de Mogi das Cruzes já a aprovaram. Vallejo afirma, no entanto, que "já está tudo encaminhado" e as regras valendo desde o dia 8.

O presidente do Sincodiv explica que esse é um problema antigo, que vem se manifestando de uns dois anos para cá. "Os revendedores sentiram que estava ficando cada vez mais caro trabalhar e manter os direitos dos trabalhadores aos domingos e feriados. Além de hora extra, os vale-refeição e vale-alimentação também são maiores." Outro ponto era que eles estavam perdendo os melhores vendedores porque as folgas eram no meio da semana, quando os filhos estavam na escola e o marido ou a mulher, trabalhando. O cansaço estava batendo e a produtividade, diminuindo. Questionado sobre a possibilidade de redução de salário, Vallejo disse que não acredita nisso.