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A revista, publicada na Itália pela sociedade religiosa Sao Paulo, dedicou sua ediçao de outubro ao arcebispo emérito de Olinda e Recife, falecido a 27 de agosto passado aos 90 anos de idade, símbolo da luta pelos direitos humanos no Brasil e na América Latina.
"Irmaos, tenho que lhes contar uma indiscriçao. Durante a guerra, enquanto os exércitos se aproximavam de Roma, várias vezes, em minhas oraçoes, me surpreendi pedindo ao Senhor para que nao perdesse a ocasiao de (...), ou seja, para que orientasse alguma bomba para algum palácio do Vaticano, o que me coloca numa situaçao difícil..", confessou há anos dom Helder ao abade Pierre, o filantropo francês fundador de Eamús.
"Quando acabou a guerra, compreendi que o Espírito Santo - que é mais inteligente que eu, evidentemente - permitiu que os palácios se salvassem. Teria servido muito pouco que alguma bomba os destruísse. Os ricos os teriam reconstruido imediatamente, e com mais ontentaçao que antes", afirmou entao dom Helder, como conta o abade Pierre.
"O Espírito Santo, que nao me ouviu, mandou em troca a esses palácios, e ao mundo, uma vedadeira "bomba" para a conversao de nossos coraçoes: o papa Joao XXIII", concluiu entao o religioso brasileiro.
A revista publica também os depoimentos do cardeal Aloiso Lorscheider, arcebispo de Aparecida e de dom Pedro Casaldáliga, bispo de Sao Felix do Araguaia. "Todos se lembram das palavras de dom Helder: quando falo de pobres, me chamam de santo. Quando indico a causa da pobreza, me chamam comunista", escreve dom Casaldáliga, destacando que as autoridades eclesiásticas de Roma ao quiseram dar dom Helder o título de cardeal.
"O governo brasileiro também impediu que dom Helder Câmara fosse agraciado com o - prêmio - Nobel da paz", lamenta o bispo, que considera Helder Cámara uma das grandes figuras da igreja deste século.
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