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Itaú e Matrix fazem parceria para gerir fundos
Do Diário do Grande ABC
09/02/2000 | 22:29
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Os bancos Itaú e Matrix anunciaram hoje uma parceria na gestao de fundos administrados, com patrimônio total de R$ 1,8 bilhao, dos quais R$ 1,1 bilhao referem-se a fundos no País e o restante no exterior. Esse é o segundo negócio na área anunciado em menos de uma semana. Na quinta-feira passada, o Banco BBA Creditanstalt e o Icatu anunciaram a fusao de suas empresas de administraçao de recursos, no total de R$ 5,1 bilhoes.

Nao é o caso do Itaú e do Matrix já que as duas instituiçoes nao têm empresas próprias. Pelo acordo, o Banco Itaú e as filiais no exterior passarao a ser os administradores responsáveis por 48 fundos, que serao batizados de Itaú-Matrix, com gestao compartilhada. "Para o Itaú o negócio é importante porque complementa a linha de produtos do banco", disse o vice-presidente da instituiçao, Alfredo Setúbal.

Dos R$ 26 bilhoes de recursos administrados pelo Itaú, somente R$ 800 milhoes sao fundo derivativos - aplicaçoes mais agressivas combinadas com operaçoes nos mercados futuros, com risco maior do que os tradicionais fundos de renda fixa. E a família Matrix é composta por fundos derivativos.

Com a parceria, os fundos serao vendidos na rede de distribuiçao do Itaú. "Nós tínhamos uma forte limitaçao de crescimento e temos de pensar que essa é uma área em que as instituiçoes estao bastante agressivas", disse Antonio Carlos Freitas Valle, um dos sócios do Matrix.

Como se trata de um banco de investimento, portanto, sem rede de agências, o Matrix nao tem o canal de distribuiçao das grandes instituiçoes de varejo. Essa é tendência do mercado: criar escala para fazer frente aos novos gestores nacionais e estrangeiros, aos custos de distribuiçao, salários, além das taxas de administraçao em queda. Setúbal acrescenta à lista a sofisticaçao dos investidores.

Toda a receita proveniente da gestao dos fundos Itaú-Matrix será dividida. O porcentual que cabe a cada um nao foi divulgado. O Matrix, criado pelo ex-ministro das Comunicaçoes Luis Carlos Mendonça de Barros, que deixou a instituiçao em 1995, e por André Lara Resende, ex-presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, vai manter-se ativo na administraçao dos recursos de carteira própria e de fundos fechados, tipo "venture capital", que financiam empresas de mercados emergentes ou private equity.

As negociaçoes entre Matrix e Itaú começaram há dois meses. Setúbal afirmou que a operaçao só fez sentido porque já havia um relacionamento entre as duas instituiçoes.




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