Após seis semanas em queda, o preço do álcool hidratado disparou 7,35% nas usinas paulistas entre segunda-feira e ontem. Já o valor do anidro ganhou 3,11%, de acordo com o indicador do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Esalq) divulgado ontem. O litro do hidratado saltou de R$ 0,6823 para R$ 0,7325 e o do anidro foi negociado, em média, a R$ 0,9012, ante R$ 0,8740 semana passada. Os preços não incluem impostos.

De acordo com Ivelise Rasera Bragato, pesquisadora do Cepea/Esalq, a alta ocorreu pelo aumento na demanda das distribuidoras, com algumas usinas ainda fora do mercado, o que reduziu a oferta. A alta maior do hidratado, na opinião da pesquisadora, pode ser classificada como "uma recuperação nos preços do combustível" após um mês e meio de queda acentuada. "No entanto, a oferta a partir de agora será ainda mais restrita, com a aproximação do final da safra", disse Ivelise.

A queda na oferta do álcool a partir deste mês acompanha o fim do processamento da safra 2008/2009 nas usinas do Centro-Sul do País. A primeira unidade a encerrar a safra em São Paulo foi a Jardest, unidade do Grupo Santelisa Vale em Jardinópolis (SP).

Ao menos dez unidades da região de Ribeirão Preto, maior produtora do País, devem parar a moagem ainda este mês e as restantes seguem até dezembro.

O destaque este ano é a Usina São Martinho, unidade em Pradópolis (SP) do Grupo São Martinho, que deve processar o recorde de 8 milhões de toneladas de cana-de-açúcar e voltar ao posto de maior usina do País. A moagem recorde, que deve ser finalizada no início de dezembro, só será possível após a companhia adquirir parte da Usina Santa Luiza, em Motuca (SP), e destinar a cana para a São Martinho após o fechamento da unidade no final do ano passado.