Preocupante saber que os principais desejos dos moradores do Grande ABC para aqueles que irão disputar o comando das nossas cidades na eleição deste ano sejam ‘verdade’, ‘honestidade’ e ‘compromisso’. Tais atributos deveriam ser obrigatórios a quem se propõe a qualquer atividade, ainda mais quando o objetivo é a gerência de bens públicos, em cargos que possibilitam aos eleitos controlar o destino de milhares de pessoas.

Entretanto, basta rápida análise de reportagens publicadas neste Diário para se ter uma ideia dos motivos que levaram os leitores a darem tais respostas à pergunta que foi formulada.

Relatos de escândalos dominam o noticiário. Quase que diariamente surgem novos anúncios de falcatruas, proporcionados por quem ocupa postos em todos os setores da administração. Os desdobramentos da Operação Lava Jato e suas ramificações mostram esquemas que lesaram o País em muitos milhões de reais e que explicam a situação caótica que União, Estados e municípios atravessam.

Precisamos sim de pessoas honestas e comprometidas nas prefeituras e câmaras. Entretanto, além disso, temos de exigir que tenham soluções para problemas estruturais, como a Mobilidade Urbana, Saúde, Educação, Esportes e Lazer e uma infinidade de outros setores.

Temos de eleger bons administradores, nos pautar pela competência e jamais nos deixar levar pelo canto da sereia ou imagem produzida por marqueteiros especialistas em engabelar pessoas para arrancar delas a moeda mais preciosa que possuem: o voto.

Até outubro, dá tempo de conhecer um pouco mais aqueles que aparecerão sorrindo na tela da urna eletrônica. Tempo também para avaliar os que já estão no poder e que tentarão ficar por mais quatro anos. Queremos políticos de caráter, mas que estejam preparados e à altura de gerir os destinos de uma das regiões mais importantes deste País.