Para Ana Barbieri, professora do Centro de Inovação e Criatividade da faculdade ESPM, a galera de hoje é antenada, o que favorece o contato com a diversidade. "Eles têm acesso à informação, redes sociais e liberdade de se comunicar com o mundo. O assunto também ganhou mais espaço nas escolas." A professora aponta ainda o perfil da tribos. "Hoje é possível gostar de vários gêneros e há mais chance de ser aceito pelo grupo. A mistura se tornou natural", explica Ana Barbieri, que enfatiza: "Apesar disso, o preconceito existe."

O estudante Ali Darouiche, 17 anos, acredita que o acesso à tecnologia pode contribuir para disseminar o preconceito. "Ao mesmo tempo que quebra barreiras, muitos não pensam antes de escrever ou postar coisas que podem afetar as pessoas."

O preconceito pode estar camuflado em brincadeiras aparentemente inocentes. "É preciso tomar cuidado para que não seja normal. Está nas mãos dessa geração mudar a sociedade e, para isso, precisa pensar mais antes de falar e fazer", opina Maria da Graça Gonçalves, professora de psicologia social da PUC-SP.

Mesmo sendo mais abertos as diferenças, com atitude e personalidade de sobra, especialistas dizem que a nova geração ainda reproduz o que vê. "A sociedade influencia, embutindo preconceitos que os adultos manifestam", afirma o professor de sociologia Rogério Batistini. Então, será que existe solução? Na opinião do professor, é preciso mudar a visão das pesssoas para que se construa uma sociedade que aceite as diferenças e incentive o debate.