"Ao transformar o processo em uma comédia da justiça, as autoridades iranianas se desacreditaram uma vez mais e merecem ser sancionadas", afirma a entidade, em um comunicado.

"Repórteres sem Fronteiras parabeniza a reação de Ottawa, que chamou de volta seu embaixador em Teerã e reitera seu pedido ante a União Européia para que adote sanções econômicas e diplomáticas fortes contra a República Islâmica do Irã".

Zahra Kazemi morreu em julho de 2003 depois de ter sido golpeada na cabeça enquanto era detida por fotografar nos arredores de uma prisão de Teerã.

Neste domingo, o tribunal encarregado de julgar seu suposto assassinado encerrou o processo.

A Prêmio Nobel da Paz Shirin Ebadi, representante da família da vítima, mostrou-se irritada com a decisão.

"O juiz decidiu encerrar o caso. Nós abandonamos o tribunal em sinal de protesto", declarou Ebadi à imprensa, ao sair da sala de audiências.

Testemunhas afirmaram que o juiz encerrou o processo depois de se negar a continuar ouvindo Ebadi e os outros advogados que representam a família da vítima, assim como o advogado do agente dos serviços de inteligência acusado pelo "assassinato quase intencional" da jornalista.

Um pouco antes, a justiça proibira que vários diplomatas ocidentais e representantes da imprensa estrangeira tivessem acesso à segunda audiência do julgamento, que recomeçou no sábado depois de nove meses de interrupção.