A jovem austríaca Natascha Kampusch deixou nesta sexta-feira o hospital central de Viena, onde estava sendo acompanhada por terapeutas, para um apartamento onde ficará acompanhada para tentar levar uma vida normal.
Seqüestrada a caminho da escola em 1998, quando tinha 10 anos, a jovem, que havia sido mantida em cativeiro num pequeno quarto subterrâneo sem janelas, escapou em 23 de agosto passado e no mesmo dia seu seqüestrador, Wolfgang Priklopil, 44 anos, se suicidou.
"Natascha Kampusch está iniciando uma nova vida de liberdade e está feliz de poder fazer coisas que não podia fazer quando estava em cativeiro", disse seu advogado, Gerald Ganzger. Ela irá, inclusive, votar domingo nas eleições legislativas austríacas.
Segundo a imprensa austríaca, na quinta-feira, seu pai, Ludwig Koch, bateu boca com paparazzi que os seguiam. Koch chegou a bater em um membro de uma equipe de televisão espanhola que o perseguia há vários dias.
A polícia judiciária terminou as revistas na casa de Strasshof e transmitiu o caso à Justiça nesta sexta-feira. No entanto, a investigação ainda não está terminada, segundo o procurador. A polícia não informou se a tese de um cúmplice de Priklopil, examinada pelos investigadores e baseada num depoimento recolhido no ano do seqüestro, 1998, foi ou não descartada.
A imprensa também está perplexa sobre as relações que a jovem mantinha com seu seqüestrador. O fato de Natascha ter viajado com Priklopil para uma estação de esqui, no início deste ano chocou os austríacos. Após um primeiro desmentido, os conselheiros da jovem confirmaram a viagem e afirmaram que ela não tinha como fugir.
Na opinião de seus médicos, a garota pode sofrer durante anos das seqüelas traumáticas decorrentes dos anos passados em cativeiro.
Natascha, que pensa em escrever um livro relatando sua experiência, teve acesso a livros e escutou muito a rádio cultural da ORF.