A Câmara de São Caetano recuou e, na sessão de ontem, derrubou, por 15 votos a quatro, parecer do TCE (Tribunal de Contas do Estado) que rejeitou as contas do exercício de 2012 do prefeito José Auricchio Júnior (PSDB). O Legislativo são-caetanense já havia rejeitado os mesmos balancetes, em 2015, mas o tucano levou o caso à Justiça e o julgamento teve de ser refeito.

Em agosto de 2015, ainda sob a gestão de Paulo Pinheiro (MDB), então rival de Auricchio, a Câmara de São Caetano decidiu confirmar o parecer do TCE e reprovar os gastos do último ano do segundo mandato do tucano à frente do Palácio da Cerâmica. Os principais motivos apontados pelo TCE na época para condenar as contas do prefeito foram dívidas com a Previdência e de restos a pagar.

Auricchio, então, decidiu levar o caso à Justiça comum, alegando prejuízo ao seu direito de defesa. Acabou conseguindo decisão judicial que lhe dava o direito de ter as contas reavaliadas pelo TCE e, posteriormente, pelos parlamentares. O imbróglio acabou colocando incertezas sobre a candidatura de Auricchio ao Paço, na eleição de 2016, já que a condenação no Legislativo o tornaria inelegível com base na Lei da Ficha Limpa. No fim, teve a candidatura liberada pela Justiça Eleitoral e venceu Pinheiro nas urnas.

Ao reavaliar as contas de Auricchio, entretanto, o TCE manteve o parecer pela rejeição dos balancetes. Contudo, diferentemente da primeira vez, quando o tucano estava fora do comando da Prefeitura, o revés foi derrubado em plenário. Nos últimos meses, o prefeito abriu espaços no governo a figuras que até então eram ligadas a Pinheiro, como o ex-vereador Jorge Salgado, recém-nomeado secretário de Segurança.