A Organizaçao das Cooperativas Brasileiras (OCB) reclamou da medida, alegando que ela nao estaria compatível com o que foi anunciado pelo presidente Fernando Henrique Cardoso durante o lançamento do programa há cerca de dois anos e com o que vinha sendo negociado entre o setor cooperativista e o governo.
A principal crítica da OCB à resoluçao é a definiçao de que o Tesouro Nacional só vai financiar 75% das dívidas totais das cooperativas, apuradas após negociaçao com os credores. "As cooperativas terao de dar uma contrapartida de 25%, o que praticamente inviabiliza o programa, pois este nao era o acordo", argumenta o diretor-executivo da OCB, Valdir Colatto.
Ele explicou que as cartas das mais de 300 cooperativas aprovadas pelo comitê-executivo do Recoop deverao ser entregues nesta terça-feira (13) para que elas negociem as dívidas com os bancos e os projetos para investimentos, mas disse que a OCB quer que o governo respeite as "regras do jogo". "Se no programa especial de saneamento de ativos (Pesa) criado para a renegociaçao das dívidas rurais superiores a R$ 200 mil, os produtores nao estao conseguindo pagar 10,37% do total, imagine se as cooperativas vao conseguir arcar com 25% dos débitos", avaliou Colatto.
O assessor do Ministério da Fazenda para a área agrícola Gerardo Fontelles, disse que está analisando as críticas da OCB e vai conversar com o Tesouro sobre as mudanças. "Se a reclamaçao for procedente, há possibilidade de alteraçao da medida", disse.
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