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Desemprego no Grande ABC aumenta em junho
Soraia Abreu Pedroso
Do Diário do Grande ABC
28/07/2011 | 07:18
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O desemprego no Grande ABC atingiu o menor índice para o mês de junho, com taxa de 10,7%. Embora o percentual seja positivo (e bem menor do que há um ano, quando era de 12,5%), nessa época do ano tradicionalmente o número de pessoas sem emprego diminui, mas não foi o que aconteceu. De maio para junho, o mercado ganhou 2.000 pessoas à procura de uma ocupação e o total de desempregados na região cresceu para 150 mil.

Os dados integram a Pesquisa de Emprego e Desemprego, realizada mensalmente pelo Seade em parceria com o Dieese, com amostra de 600 domicílios. São considerados tanto empregos com carteira assinada como os informais.

“Estamos com algumas luzes amarelas acesas”, diz o gerente de pesquisas do Seade, Alexandre Loloian. “O segmento mais afetado foi a indústria, que demitiu 8.000 trabalhadores em junho.”

O setor, que emprega 27% do total da mão de obra no Grande ABC, de 1,254 milhão, continua sendo prejudicado pelo real valorizado, que facilita a entrada de itens importados no Brasil. Com preços vantajosos, produtos manufaturados (como peças e componentes de automóveis) e até matéria-prima (aço, por exemplo) oriundos principalmente dos países asiáticos ganham espaço nas empresas e tiram postos de trabalho. Prova disso é que o ramo metalmecânico, que inclui as autopeças, responde por metade das vagas da indústria na região, ou seja, 4.000 demissões foram geradas pelo subsetor.

Loloian destaca que, aliado à questão do câmbio, começam a preocupar também os efeitos das medidas macroprudenciais do governo, como a elevação da taxa de juros para conter a alta da inflação. “Os investidores estão cautelosos, já que o cenário é de instabilidade. Lá fora, a crise nos Estados Unidos e a demora da recuperação dos países europeus assustam. E isso reflete diretamente tanto na ampliação das contratações como na manutenção dos postos de trabalho.”

SETORES - O comércio, que responde por 15,9% das ocupações do Grande ABC, foi o setor que mais abriu vagas em junho: foram 15 mil pessoas a mais. A construção civil e os serviços domésticos contrataram 7.000 a mais no período. Juntos, eles empregam 9,8% da mão de obra regional.

Na contramão, o setor de serviços, que gera 47,3% dos postos de trabalho, foi o que mais demitiu no mês, desempregando 12 mil pessoas.

A população economicamente ativa da região, que inclui ocupados e desempregados, encerrou o mês com 1,404 milhão de pessoas, sendo 1,254 empregados e 150 mil em busca de uma ocupação.

Rendimentos diminuem pelo quinto mês consecutivo

Desde o início do ano, os rendimentos dos trabalhadores do Grande ABC vêm diminuindo. Entre abril e maio, a redução foi de 3,1%, e a média de salário paga caiu para R$ 1.476. Entre os assalariados, o recuo foi de 1,6%, para R$ 1.558.

Isso significa que, para contratar pessoas no atual cenário da economia, em que a inflação não para de crescer e o governo segue elevando os juros para contê-la, a remuneração oferecida tem sido diminuída. “A inflação não apenas corrói o poder de compra das pessoas, mas também reflete na redução dos salários”, destaca o gerente de pesquisas do Seade/Dieese, Alexandre Loloian.

Embora a Pesquisa de Emprego e Desemprego seja de junho, os dados coletados se referem aos rendimentos de maio.

salário mais alto na região no mês foi pago pela indústria, com média de R$ 1.904. No setor de serviços girou em torno de R$ 1.326. O de comércio não contou com amostra suficiente para compor o estudo.

Do total de ocupados em junho, 1,254 milhão, 904 mil eram assalariados, sendo 692 mil com carteira e 113 sem registro. Os autônomos responderam por 183 mil profissionais.




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