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Demitidos da GM protestam em frente ao sindicato

Entidade diz que volume de dispensas chegou
a 100, e garante que não haverá mais cortes

Marina Teodoro
Especial para o Diário
11/05/2016 | 07:06
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Marina Brandão/DGABC


Após as demissões feitas na fábrica de São Caetano da GM (General Motors) nos dias 6 (sexta-feira) e 9 (segunda-feira), cerca de 30 profissionais dispensados, que tiveram o contrato de trabalho rescindido por meio de telegrama, se reuniram ontem em frente à sede do Sindicato dos Metalúrgicos de São Caetano, por volta das 10h30, para cobrar posicionamento da entidade e reversão dos cortes.

Segundo ex-funcionários, o sindicato havia lhes garantido a renovação do lay-off (suspensão temporária de contrato de trabalho) por mais nove meses, ou seja, até março de 2017. Na semana passada, a entidade havia anunciado a prorrogação do programa para 1.000 funcionários e, conforme declarou o presidente Aparecido Inácio da Silva, o Cidão, desde o início das negociações estava claro que as áreas de PPO (engenharia experimental que funcionava fora da planta da Avenida Goiás, e era situada na Avenida dos Estados) e ARA (segmento administrativo) não estavam cobertas por essa ação.

Os trabalhadores, porém, contestaram. “Deixei minha família tranquila quando disse que estaríamos garantidos por pelo menos nove meses. Agora, estou desesperado e com medo de ficar sem emprego”, afirmou Alan dos Santos Sales, 30 anos, um dos que atuavam na área de PPO.

“Queremos um posicionamento do sindicato. Afinal, eles garantiram a nossa estabilidade por alguns meses, e depois mudam o discurso”, disse André Ferreira Zedalho, 34, também do PPO.

“Gostaria de saber qual a nossa diferenciação, porque foi isso o que o sindicato disse, que não poderia nos manter por termos cargos diferenciados”, questionou Mário Leandro Souza, 36, do PPO.

De acordo com os manifestantes, houve 150 demissões entre ontem e segunda. O sindicato, entretanto, assinalou que o número correto é de 100 pessoas. “Tentamos evitar que esses funcionários fossem dispensados, mas não tivemos sucesso. Só conseguimos segurar 40 profissionais, do PPO, que são pessoas que alegaram doença profissional ou problemas pessoais”, declarou o vice-presidente da entidade, Francisco Nunes.

Segundo o sindicato, as demissões foram feitas porque a montadora alegou que esse setor de engenharia não teria trabalho por pelo menos mais cinco anos, e que a área administrativa seria terceirizada.

Nunes garantiu que não haverá mais demissões, e que a prorrogação do lay-off dos 1.000 funcionários continua garantida. “Estamos tentando negociação com a montadora para que, com a retomada da economia e volta das contratações em um período breve, a empresa dê preferência para quem a deixou neste período difícil para o setor e para o País.” Procurada, a GM informou que não vai comentar. (Colaborou Leonardo Santos) 




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