Economia Titulo Emprego
Indústrias do Grande ABC
demitem 650 em agosto

Firmas instaladas em Sto.André, Ribeirão Pires, Rio Grande e
Mauá puxaram demissões, com saldo negativo de 700 postos

Soraia Abreu Pedrozo
Do Diário do Grande ABC
14/09/2012 | 07:22
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O emprego nas indústrias do Grande ABC está em movimento de queda livre. No mês passado, as empresas do setor registraram saldo negativo de 650 trabalhadores. Isso porque, tradicionalmente, em agosto as companhias intensificam a produção para abastecer o varejo para as festas de fim de ano e, com isso, crescem as contratações. No ano passado o comportamento do mês já foi um pouco atípico, com estabilidade no emprego. Em agosto de 2010, porém, o saldo ficou positivo com 8.000 trabalhadores.

As firmas instaladas em Santo André, Mauá, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra puxaram as demissões, com saldo negativo de 700 postos.

Os dados foram levantados pelas diretorias regionais do Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo) no Grande ABC, com base nas informações de suas associadas.

O cenário tem apenas uma explicação, de acordo com os dirigentes do Ciesp: o crescimento desmensurado das importações. "O modelo que está sendo constituído não requer a participação da indústria brasileira", afirma o diretor do Ciesp de Diadema, Donizete Duarte da Silva. "A necessidade de investir em tecnologia é substituída pela importação e, com isso, o volume de vendas das fabricantes de máquinas está à mingua e os pedidos estão desaparecendo principalmente para as empresas de fundição, tratamento térmico e autopeças."

Isso porque nunca se produziu tantos veículos na história do País como em agosto, com 329,3 mil unidades (automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus), conforme a Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores). E nunca se vendeu tanto também. Dados da Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores) apontam que o setor comercializou 420 mil carros no mês.

"Existe tendência mundial de padronização de peças e componentes de veículos. Se a sua indústria não é competitiva, fica de fora", afirma Silva.

O diretor do Ciesp de Santo André, Emanuel Teixeira, complementa que, apesar de não venderem os carros no País pelo preço internacional, as montadoras exportam por esses valores e, portanto, estão reduzindo ao máximo seus custos comprando do Exterior. "Para se ter ideia, um veículo que aqui é comercializado por R$ 30 mil, no México sai por R$ 18 mil. Isso porque os novos fornecedores dessas empresas não têm os problemas que temos aqui com os altos custos de logística, mão de obra e impostos", destaca Teixeira.

 

 




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