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Consumidores driblam alta de preços
Luciele Velluto
Do Diário do Grande ABC
25/08/2008 | 07:00
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Fernando Nonato/DGABC


Aos 68 anos, a aposentada Anna Maria Mariano, de Diadema, tenta todos os meses dar um jeitinho para fazer com que seu dinheiro seja suficiente para pagar todas as contas do mês. Um dos gastos que mais tem pesado no orçamento mensal da ex-professora é com o supermercado, principalmente por causa das constantes altas dos produtos nas gôndolas dos supermercados. Mas ela encontrou uma saída para tentar fugir dos aumentos: pesquisa de preço.

"Levo meu óculos, olho bem na gôndola, com paciência. Vejo o que está mais barato e o que está mais caro e só trocando de marca já consegui diminuir o gasto com a compra do mês de R$ 234 para R$ 170", revela a aposentada.

Assim como Anna Maria, muitos consumidores tem o dinheiro do mês contado para pagar as contas domésticas. No entanto, só o gasto com a cesta básica subiu 17,04% se comparado com o preço medido na última semana pela Craisa (Companhia Regional de Abastecimento Integrado de Santo André), que foi de R$ 324,46, com o mesmo período do ano passado, quando o conjunto de alimentos custava R$ 277,21 - uma diferença de R$ 47,25.

"Tenho o meu limite para gastar. Não tenho como tirar de um lugar para outro, pois na minha idade tenho que comprar remédios, pagar o convênio médico, fora condomínio, luz, água e impostos", conta a moradora Diadema. "Por isso, anoto tudo em uma caderneta, como fazia no interior", completa.

A funcionária pública de Santo André, Maria Aparecida Resende, de 58 anos, aproveita os panfletos distribuídos pelos supermercados para fazer a pesquisa de preço e ir ao que está mais em conta. "Acredito que uns R$ 50 reais eu tenho conseguido economizar assim todo o mês. Muitas coisas que subiram de preço no ano passado não tiveram queda, continuam caros", explica.

Maria Aparecida também usa como tática para driblar os preços altos as promoções. De acordo com a funcionária pública, para comprar os produtos de limpeza aproveita o que está em promoção e compra em quantidade suficiente para não precisar adquirir mais deste até que encontre um novo desconto em uma rede varejista da região.

Quem não abre mão da marca tradicional é a dona-de-casa Gessy Pereira da Silva, de 45 anos, moradora de Santo André. "Nem sempre vale a pena trocar os produtos por causa de qualidade, mas quando o preço está muito mais caro não tenho alternativa e acabo levando o outro", diz.

O aposentado de Santo André, José Garcia Ruiz, de 80 anos, tem diminuído a quantidade de alguns produtos e procurado substitutos. "Os preços sobem, mas o salário é o mesmo", lamenta.

O gerente da unidade Industrial da Coop, Bruno Moril, confirma que a pesquisa se preço tem se tornado hábito dos consumidores. "Eles estão sempre com o tablóide na mão ou consultam os preços antes de levar", analisa.




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