Economia Titulo Aos operários
Sindicato apresenta hoje pleito da GM para flexibilizar direitos

Movimentação começou há uma semana em torno do anúncio do risco de a GM fechar plantas no Brasil

Yara Ferraz
Diário do Grande ABC
28/01/2019 | 07:00
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Hoje, uma semana após a primeira reunião anunciando a negociação da GM (General Motors) com sindicatos e prefeituras para a garantia de investimentos nas plantas do Estado, os 8.500 trabalhadores da unidade de São Caetano vão conhecer o conteúdo da pauta de flexibilizações solicitadas pela empresa. O Sindicato dos Metalúrgicos de São Caetano convocou três assembleias, realizadas a partir das 6h, no dia da volta das férias coletivas dos 4.500 operários da linha de produção.

A expectativa é a de que outra reunião entre a entidade e a montadora – já foram feitas duas – aconteça amanhã. De acordo com o presidente da entidade, Aparecido Inácio da Silva, o Cidão, não haverá votação num primeiro momento. “Será apenas informativa, para que os trabalhadores conheçam o que a empresa propôs. Ainda não dá para saber quando a votação deve acontecer, já que isso depende do andamento das negociações com a empresa. O meu posicionamento continua sendo o mesmo: não vamos mexer no que já está previsto no acordo coletivo”, afirmou.

Com validade até 2020, o acordo foi fruto de negociação entre o sindicato e a montadora para a vinda de investimentos à planta, em 2017, o que resultou num aporte de R$ 1,2 bilhão, necessário para a implementação da linha de montagem de mais um veículo. A expectativa é a de que o modelo SUV venha para unidade em dezembro.

No documento, os trabalhadores já aceitaram reduzir o valor do piso em 20%, além de baixar o adicional noturno para o mínimo previsto em lei (20%). Esses pleitos fazem parte da pauta direcionada à planta de São José dos Campos, que contém 28 pedidos de mudanças, e deve ser semelhante à de São Caetano, que tem 22.

Na planta do Interior, a assembleia de apresentação das condições já foi feita. O Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos deve se reunir com a empresa novamente hoje. Apesar de a pauta da região ter sido mantida em sigilo pela entidade, questões envolvendo a reforma trabalhista, como terceirização irrestrita, trabalho intermitente e contrato de trabalho parcial devem fazer parte do documento, como adiantou o Diário.

Segundo Cidão, os empregados devem ficar “assustados” com o conteúdo dos pedidos da montadora norte-americana. “Provavelmente, terá vaias”, afirmou. A primeira assembleia acontece para os operários da produção, às 6h. A partir das 8h, será a vez dos funcionários do setor de polímeros e da unidade do bairro Prosperidade. Os últimos são os do Centro Tecnológico, que deverão se reunir às 9h.

A movimentação em torno do anúncio do risco de a GM fechar plantas no Brasil começou há uma semana, após envio de comunicado que alertava funcionários da possibilidade.  




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