Automóveis Titulo Ofício e paixão
Duas Kombis, uma história
Vagner Aquino
20/01/2017 | 07:41
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Ricardo Trida/DGABC


A apicultura consiste na criação de abelhas – que são responsáveis pela renovação das matas e florestas, assim como a produção mundial de frutas e grãos. Mas o que isso tem a ver com o caderno Automóveis? Nesta reportagem, tudo!

A história começa lá em meados da década de 1990, na infância do apicultor Gabriel Gamboa, 26 anos, (à esquerda da foto), de Santo André. Acontece que o garoto era fissurado por Kombi. “Quando o presenteava com miniatura de carrinho, o menino só queria a tal da perua”, conta o pai dele, o administrador Carlos Gamboa.

O tempo foi passando e a paixão só aumentou. Os carrinhos continuaram fazendo parte da coleção e até algumas de suas peças de roupa faziam alusão ao modelo da Volks (extinto de linha em 2013).

Há, mais ou menos, doze meses, chegou a hora de o sonho se tornar real. Seu amigo Renato Gallego, 27, (à direita) voltou dos Estados Unidos – onde estudou e trabalhou por quase um ano – e propôs a abertura de um negócio. Para isso, precisariam de um carro, de preferência, com caçamba (a fim de carregar as caixas de abelhas, os potes de mel e outras mercadorias).

Como as picapes são caras (uma Chevrolet S10 zero-quilômetro, por exemplo, parte de R$ 113.340 com cabine simples) o jeito foi apelar para modelos mais baratos. E eis que, no caminho, surgiu a Kombi (1985). “O veículo pertencia a um senhor, que, apesar de ter feito o anúncio de venda, tinha total amor pelo modelo. Fomos à casa dele e, no mesmo dia, fechamos o negócio”, contou Gallego.

Mas, na primeira viagem, a Kombi quebrou no meio da estrada – o defeito era apenas a mangueira de combustível, que estava solta.

Além das constantes quebras (que resultaram, inclusive, na retífica do motor), a dupla é frequentemente abordada por policiais, além de curiosos e entusiastas pelo saudoso VW. A dupla já recebeu diversas ofertas de compra, mas preferiu não falar em valores.

Tal frisson é causado, principalmente, porque o modelo cabine dupla é bastante raro, afinal foi fabricado por pouco tempo no Brasil, onde resta pequeno número de unidades.

Ainda há necessidade de fazer melhorias internas e retoques na lataria, mas a comodidade é garantida, uma vez que a configuração (comporta cinco ocupantes) tem até cooler e kit gás adaptado – porém, eles preferem continuar alimentando o motor (1.6) com gasolina. “Não é dos veículos mais vigorosos (na estrada, fica difícil passar dos 80 km/h), mas atende bem à nossa demanda.”

Depois de alguns percalços, era preciso enfim dar um nome à empresa. “Pensando nisso, bolamos Kombee (a junção de Kombi com abelha, em inglês: bee)”. Após até mesmo improvisar o nome da empresa na lataria do veículo (como você confere no detalhe ao lado), os rapazes decidiram comprar outro carro. Uma Kombi 1965 (sim, esta azul), adquirida há três meses. Nela, foi necessário trocar embreagem, freios, suspensões e alternador. “De resto (o motor 1.5, o câmbio e a tapeçaria) está tudo perfeito, só acrescentaremos cortinas e as faixas brancas nos pneus, para dar mais originalidade ao ícone.”




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