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Tony Blair faz visita surpresa aos soldados britânicos no Iraque
Da AFP
04/01/2004 | 19:30
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O primeiro-ministro britânico, Tony Blair, afirmou que o Iraque posterior à queda do ditador Saddam Hussein começa a "tomar forma" graças às tropas da coalizão. A declaração foi feita neste domingo, durante a visita surpresa que realizou às tropas britânicas estacionadas no sul do país árabe.

O novo Iraque "está tomando forma graças à sua ajuda, de uma forma inconcebível há um ano", declarou Blair a centenas de soldados na base de Chaibah, perto de Basra, quartel-general dos dez mil militares britânicos que controlam uma zona de ocupação de quatro províncias no sul do Iraque.

"O caos vem do terrorismo e dos Estados brutais e opressores. O caos provoca a derrubada de todo o sistema mundial, econômico e político", frisou Blair, qualificando o Iraque de "caso que serve de modelo" e os soldados de "pioneiros do Exército do século XXI".

Blair chegou neste domingo à cidade de Basra, depois de passar alguns dias de férias com a família no balneário egípcio de Sharm el Sheikh. Esta foi sua segunda visita ao Iraque desde a queda do regime de Saddam Hussein, em abril de 2003.

A polícia iraquiana tem agora "uma esperança, uma perspectiva de futuro", considerou, depois de ter visitado uma escola onde 140 agentes da antiga polícia do Iraque aprendem com policiais britânicos e carabineiros italianos.

Sobre a reconstrução, Blair declarou que se trata de "uma tarefa difícil, mas muito importante para o mundo inteiro. Nosso objetivo é simples: ajudar o Iraque a se tornar um país estável, próspero, democrático e governado pelos iraquianos", afirmou.

De acordo com o premier, as autoridades locais e os militares britânicos comunicaram a realização de "verdadeiros progressos" na região.

Os ataques contra as forças da coalizão diminuíram bastante no sul do país, de maioria xiita, onde morreram em ação 12 soldados britânicos, contra 215 americanos em todo o Iraque, desde o fim das principais operações militares no país, decretado em 1º de maio de 2003.

O representante britânico no Iraque, Jeremy Greenstock, avisou que novos ataques da guerrilha iraquiana podem acontecer.

"Uma grande maioria dos ataques são cometidos por homens fiéis ao antigo regime. No entanto, a rede terrorista Al-Qaeda está tentado se implantar no país, mas até o momento não encontramos provas de que ela tenha realmente conseguido", declarou.

Neste domingo, o Exército americano anunciou ter matado, na véspera, três agressores no norte do Iraque, e acrescentou que um de seus soldados foi ferido numa emboscada em Tikrit.

Em Kirkuk, 225 km ao norte de Bagdá, cenário desde quarta-feira passada de confrontos interétnicos que causaram pelo menos seis mortos, o Exército americano prendeu um dirigente do Partido Democrático do Curdistão (PDK).

Na véspera, quatro iraquianos, entre eles uma mulher e uma criança, morreram em Tikrit, e um quinto ficou ferido por disparos americanos, quando o carro onde se encontravam tentou ultrapassar um comboio militar, segundo o chefe da polícia local.

Outro civil iraquiano também morreu no sábado, atingido por uma bala perdida durante um tiroteio em Hantuch, ao norte de Bagdá, informou neste domingo à AFP o coronel Mohamed Abdallah.

Na sexta-feira passada, morreram três soldados americanos em incidentes distintos, segundo um porta-voz militar.

Soldados americanos feriram de forma involuntária na noite de sábado cinco policiais iraquianos na localidade de Bohruz, perto de Baaquba (60 km ao nordeste de Bagdá), após terem sido atacados a poucos metros da delegacia local, informou o tenente Mohammad Ibrahim.




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