De acordo com o informe, de 55 páginas, o Iraque continua seus esforços para possuir a bomba atômica, embora seu armamento químico e biológico já constitua uma ameaça imediata.
O regime iraquiano "tentou de maneira clandestina adquirir uma tecnologia e materiais que poderiam ser utilizados na produção de armas nucleares". O texto afirma ainda que o regime de Saddam Hussein tem planos militares para o uso de armas químicas e biológicas.
Ainda segundo o informe, Bagdá tentou adquirir "quantidades importantes" de urânio na África, apesar de não ter programa nuclear civil que o justifique.
O documento de 'provas' contra o Iraque afirma igualmente que o regime iraquiano tem capacidade de mobilizar armas químicas e biológicas em um período de 45 minutos.
Bagdá conservou até 20 mísseis Al Hussein fabricados a partir de mísseis soviéticos Scud, de um alcance de 650 km.
"O quadro descrito pelo comitê (britânico) conjunto de inteligência se tornou mais preocupante há alguns meses", afirma o primeiro-ministro britânico Tony Blair nesse documento. "Estou plenamente convencido de que Saddam Hussein fará o máximo, e, para dizer a verdade já é o caso, para esconder essas armas e evitar assim ter de renunciar a elas", adianta Blair.
Em Bagdá, o ministro iraquiano de Cultura, Hamed Yussef Hammadi, qualificou de "infundadas" as acusações britânicas.
De acordo com o documento britânico, o regime iraquiano estaria capacitado para fabricar a bomba atômica em um ou dois anos se conseguisse de fontes estrangeiras suficiente matéria físsil. Caso contrário, precisaria de cinco anos, indica o informe.
O documento publica ainda como 'provas' várias fotos tiradas por satélite de seus serviços de inteligência. Especialistas iraquianos foram convocados para trabalhar em programas nucleares militares, adianta o documento.
Os mísseis Al Hussein podem atacar Israel, Turquia ou Chipre, onde as forças britânicas possuem instalações militares. O regime iraquiano teria construído uma nova instalação para pôr em funcionamento mísseis de alcance semelhante.
Blair afirma também no documento que não tem "nenhuma dúvida de que a ameaça é séria e atual e que Saddam Hussein progrediu em seu programa de armas de destruição em massa e é preciso pará-lo".
Tony Blair é o único líder do cenário internacional que apóia as ameaças norte-americanas de intervenção militar contra o Iraque.
O informe foi recebido com ceticismo por Jeremy Corbyn, um dos deputados trabalhistas contrários à intervenção militar no Iraque. "Não há nada de novo nisso aí (o documento), não temos nenhuma prova da tal ameaça iraquiana", disse o deputado pela televisão Sky News.
Os parlamentares britânicos iniciaram esta manhã um debate extraordinário sobre a crise iraquiana. O informe pode ser consultado na Internet nos sites: www.pm.gov.uk ou www.fco.gov.uk.
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