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Bancos chineses instruem governo a como agir em crise
02/01/2014 | 02:55
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Os bancos chineses estão começando a se preocupar com o futuro. Sexta maior instituição do país por ativos, o China Merchants Bank se inspirou em seus pares ocidentais e apresentou na semana passada um rascunho de um plano de resolução para os reguladores venderem o banco em caso de falência ou para reestruturar e fazê-lo voltar às operações normais.

Em um comunicado enviado à Bolsa de Xangai, o banco disse que a proposta foi aprovada pelo quadro executivo.

No começo de dezembro, os executivos do Bank of China também aprovaram um plano de resolução, enquanto o Industrial & Commercial Bank of China disse que espera anunciar plano similar.

A criação dessas instruções é uma recomendação do Conselho de Estabilidade Financeira do G-20, que em 2010 realizou um esforço em vários países para insistir que os bancos criem esse guia aos reguladores. O conceito também foi endossado na lei Dodd-Frank, nos EUA, em 2010.

A adoção dessas propostas ocorre em um momento apropriado para a China. O setor bancário tem apoio do governo, mas Pequim quer trazer o capital privado para o setor, o que pode significar novos riscos.

A China também está conduzindo uma reforma para liberalizar as taxas de juros, o que quase certamente irá aumentar o custo de financiamento dos bancos, à medida que eles tentam oferecer aos poupadores retornos melhores. A preocupação é que essa competição possa impactar os lucros e levar à falha de instituições mais fracas. Uma autoridade chinesa já alertou publicamente que bancos menores podem quebrar já no próximo ano.

O governo de Pequim também está elaborando um plano para uma lei de falência financeira, demonstrando estar séria sobre os riscos dos bancos no novo ambiente.

Yan Qingmin, vice-presidente da Comissão Reguladora Bancária da China, disse em um fórum financeiro em novembro que a elaboração dessas instruções para os reguladores será um pré-requisito para o estabelecimento de qualquer banco privado. Os bancos chineses com operações internacionais também devem responder aos pedidos dos reguladores internacionais.

A necessidade dessa preparação também tem como base os sinais de estresse no sistema bancário. Em 2013 as instituições enfrentaram uma série crise de crédito no mercado interbancário, sendo que em junho a taxa de crédito no mercado overnight chegou a atingir 30%. Meses depois, o China Everbright Bank, instituição de porte médio, admitiu ter dado um calote técnico em uma obrigação interbancária na véspera da crise de junho, apesar de ter solucionado a situação um dia depois. Fonte: Dow Jones Newswires.




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